Mas agora eu já vou indo
com a minha gente ali
Depois de uma semana cansativa tentando remar contra a maré, a música "Outras Freqüências - Engenheiros do Hawai" caiu como uma luva no final do semestre passado e fez todo o sentido. Embora seguir o caminho mais fácil seja realmente bem mais cômodo, sabemos que não é bem assim.
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The holy family and the bird - Bartolomé Esteban Perez Murillo |
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(Source http://img1.liveinternet.ru/images/attach/c/2//70/456/70456255_IMG_0494.jpg) |
I see you Cinthia trying to get back in the boat
I see you César holding your red pillow
I see you Leander asking about The Blue Lagoon
And maybe, sometimes I can see you all crystal clear
And then there's a fire starting in my heart
hotter than thousand shirtless shape boys
Out of the game, out of the tent,
Out of the island, out of the country
who would have known how this would taste
I heard... that you are back to your lives
No taxi boats, no 3km track, no blood in my mouth
But near, far, wherever you are
Remember Hillary Clinton and the time of our lives
and don't forget, I beg, the face in the dust
We'll stay forever this way
Said songs we sang and they're memories made
Never mind... any noise in the roof
Or if you are in a taxi with no money
You are safe in my heart
Now, bound by the surprise of our sunny days
Throw your soul through every open door
because I wish nothing but the best for you, too!
Além do arco-íris
Ok! Deve ser hora de acordar. Desde que o meu despertador quebrou, eu tenho acordado na base do “feeling”. Quando meu corpo acha que já é hora de acordar, meus olhos se abrem e então o meu dia começa. Tudo com um bom ajuste de a que horas eu vou dormir e meu dia acaba começando cedo o suficiente. Então é hora de ir para a universidade e comer os meus cereais favoritos – sabor chocolate – com leite. Hum, meus cereais de chocolate. Alguns dias vou dormir pensando no quão bom será saboreá-los no outro dia de amanhã.
Surpreendentemente, mesmo com o inverno já as portas, o dia está lindo e agradável. Não está quente, não está frio. As folhas secas do outono contrastando com o céu azul e os raios de sol tornam o cenário lindo. Um bom tempo também para as pessoas que estão trabalhando consertando o asfalto da avenida que eu cruzo todos os dias para ir a universidade.
No mundo virtual – leia-se facebook – tudo normal. Todo mundo gritando por um pouco de atenção. E eu também. Nada que nos assuste. Já estamos acostumando a jogar esse jogo. Só tomar cuidado para não levar um bolada na testa, e está tudo certo. Ninguém gravemente machucado.
Das notícias do mundo real transmitidas pelo mundo virtual é que me vem um pouco de sobriedade. Um pai atropelou o filho de 4 anos enquanto estacionava o caminhão. O Lula está com cancer e já estão pensando nas consequências disso para as eleições do ano que vem. Muito se fala sobre a crise européia. Uma menina de 3 anos consegue sobreviver por dois dias comendo restos da geladeira enquanto tenta acordar a mãe que morrera de forma repentina. Uma mulher escapa de um homem que provavelmente matou o seu namorado.
Está bem. Talvez deva começar de novo e pensar nos meus cereais de chocolate. Esquecer de toda a injustiça e sofrimento que tentamos nos convencer que não nos dizem respeito. Mas mesmo que eu tente bastante, vez ou outra me vem novamente um momento de sobriedade. E então percebo que tem algo muito errado com tudo isso a nossa volta. Ou melhor, um mistério nisso tudo a nossa volta. E mesmo assim vamos vivendo como míopes tateando no escuro.
Deve ser por causa disso que algumas pessoas cantam a respeito daquele lugar “além do arco-íris”. Não somente porque elas querem escapar daqui. Mas porque, por algum motivo, elas sabem que existe algo além que não conseguimos enxergar.
Algum lugar além do arco-íris
Pássaros azuis voam
e os sonhos que você sonha
realmente se tornam realidade
(Somewhere Over The Rainbow
Israel Kamakawiwo'ole)
No dia em que eu morrer
No dia em que eu morrer
Quero que vocês se lembrem de mim
Não de quem vocês gostariam que eu fosse
Tampouco daquele que gostariam que habitasse as suas lembranças
Lembrem-se de mim, e de mim, somente
No dia em que eu morrer
Não lhes peço que digam coisas bonitas
Tampouco lhes proíbido de fazê-lo, se quiserem
Mas falem de tal maneira que se ali eu estivesse
também me reconheceria, e com vocês concordaria
No dia em que eu morrer
Lembrem-se de minha compaixão para com os fracos
e do meu coração que sempre permaneceu quente
Lembrem-se do meu medo dos fortes
e das minhas mãos frias, suadas e trêmulas
No dia em que eu morrer
Lembrem-se das minhas inquietações com o mundo
Lembrem-se das minhas dúvidas e indecisões
Lembrem-se do meu conservadorismo na minha falta de liberalismo
Lembrem-se do meu liberalismo na minha falta de conservadorismo
No dia em queu eu morrer
Não se esqueçam da minhas esquistisses
Do meu sonambolismo, da minha guludice
do meu cuidado para não engordar
e de todas as milhas que eu corri
No dia eu que eu morrer
Falem sobre o que mim mais lhes irritava
e do que tiveram que fazer para lidar com isso
Contem dos seus sacrifícios em favor de nossa amizade
ou do eu tenha feito ou significado
No dia em que eu morrer
Não me neguem a minha humanidade
mas lhe digam adeus e a deixem descansar em paz
E assim o meu melhor, tão arraigado no meu pior
haverá de habitar as suas mentes e corações
Du, Leuven – 10 de setembro de 2011
Ao voltar do funeral de uma amiga