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Thursday, December 13, 2012
Don't mess up with Aphrodite
Saturday, December 08, 2012
Néia e o quarto de hotel
Friday, November 30, 2012
Porque eu gosto das discussões com frango a passarinho

Monday, November 26, 2012
Eu eu fui me amargurando
Saturday, November 24, 2012
The question "If I were myself"
Thursday, November 22, 2012
People like you and me
Friday, November 16, 2012
Do NOT mix things up; or DO!
Friday morning, not as early as I would have wanted, and still a visit to bring to the city hall. And then I can "start" my day. But before that, maybe some time for something else. Something I have not done for a long time: give birth to thoughts going on in my mind.
Saturday, September 29, 2012
Sessão mimimi góspel
Eu não sei o que é pior: crente bitolado ou crente politizado. Se tivesse que escolher um lado para correr (de ou para), acho que eu ia morrer de indecisão, ou aceitar o meu destino e esperar o abate.
Mas como minha indignação já está acabando, depois de escrever esses poucos parágrafos, minha inspiração para alimentar esse mimimi também vai se extinguindo. Então, vou encerrando o meu post por aqui, sem ao menos conseguir definir o que “crente politizado” significa. Mas me considero desculpado: se crente já está difícil de definir por si só, imagine um crente politizado de discurso raso.
Sunday, February 19, 2012
I see you Cinthia trying to get back in the boat
I see you César holding your red pillow
I see you Leander asking about The Blue Lagoon
And maybe, sometimes I can see you all crystal clear
And then there's a fire starting in my heart
hotter than thousand shirtless shape boys
Out of the game, out of the tent,
Out of the island, out of the country
who would have known how this would taste
I heard... that you are back to your lives
No taxi boats, no 3km track, no blood in my mouth
But near, far, wherever you are
Remember Hillary Clinton and the time of our lives
and don't forget, I beg, the face in the dust
We'll stay forever this way
Said songs we sang and they're memories made
Never mind... any noise in the roof
Or if you are in a taxi with no money
You are safe in my heart
Now, bound by the surprise of our sunny days
Throw your soul through every open door
because I wish nothing but the best for you, too!
Friday, January 06, 2012

Você passa mal quando bebe cerveja
tem bom gosto e aprecia boa música
em meio a amigos interessantes
me dá vontade de ser mais adulto
Você que eu não sei o que quer
eu que você não sabe o que quero
Você que some e aparece
e que tem minha grande admiração
Você com disciplina e organização
se diz inocente e inexperiente
você que sabe o que quer
confunde meu instinto e razão
Você de olhos cativantes
que trazem doçura e malícia
você com tantas complicações
e nem sei por que tanto me cativas
Você em meio a mistérios
que não sei de onde vem, pra onde vai
você de olhar convidativo
fonte de minha pequena indecisão
Você de quem sei quase nada
que me surpreende e confunde
você que é cheio de atenções
tem também a minha simpatia
(Du - 07 de Janeiro de 2012)
Friday, November 04, 2011
Além do arco-íris
Ok! Deve ser hora de acordar. Desde que o meu despertador quebrou, eu tenho acordado na base do “feeling”. Quando meu corpo acha que já é hora de acordar, meus olhos se abrem e então o meu dia começa. Tudo com um bom ajuste de a que horas eu vou dormir e meu dia acaba começando cedo o suficiente. Então é hora de ir para a universidade e comer os meus cereais favoritos – sabor chocolate – com leite. Hum, meus cereais de chocolate. Alguns dias vou dormir pensando no quão bom será saboreá-los no outro dia de amanhã.
Surpreendentemente, mesmo com o inverno já as portas, o dia está lindo e agradável. Não está quente, não está frio. As folhas secas do outono contrastando com o céu azul e os raios de sol tornam o cenário lindo. Um bom tempo também para as pessoas que estão trabalhando consertando o asfalto da avenida que eu cruzo todos os dias para ir a universidade.
No mundo virtual – leia-se facebook – tudo normal. Todo mundo gritando por um pouco de atenção. E eu também. Nada que nos assuste. Já estamos acostumando a jogar esse jogo. Só tomar cuidado para não levar um bolada na testa, e está tudo certo. Ninguém gravemente machucado.
Das notícias do mundo real transmitidas pelo mundo virtual é que me vem um pouco de sobriedade. Um pai atropelou o filho de 4 anos enquanto estacionava o caminhão. O Lula está com cancer e já estão pensando nas consequências disso para as eleições do ano que vem. Muito se fala sobre a crise européia. Uma menina de 3 anos consegue sobreviver por dois dias comendo restos da geladeira enquanto tenta acordar a mãe que morrera de forma repentina. Uma mulher escapa de um homem que provavelmente matou o seu namorado.
Está bem. Talvez deva começar de novo e pensar nos meus cereais de chocolate. Esquecer de toda a injustiça e sofrimento que tentamos nos convencer que não nos dizem respeito. Mas mesmo que eu tente bastante, vez ou outra me vem novamente um momento de sobriedade. E então percebo que tem algo muito errado com tudo isso a nossa volta. Ou melhor, um mistério nisso tudo a nossa volta. E mesmo assim vamos vivendo como míopes tateando no escuro.
Deve ser por causa disso que algumas pessoas cantam a respeito daquele lugar “além do arco-íris”. Não somente porque elas querem escapar daqui. Mas porque, por algum motivo, elas sabem que existe algo além que não conseguimos enxergar.
Algum lugar além do arco-íris
Pássaros azuis voam
e os sonhos que você sonha
realmente se tornam realidade
(Somewhere Over The Rainbow
Israel Kamakawiwo'ole)
Saturday, September 10, 2011
No dia em que eu morrer

No dia em que eu morrer
Quero que vocês se lembrem de mim
Não de quem vocês gostariam que eu fosse
Tampouco daquele que gostariam que habitasse as suas lembranças
Lembrem-se de mim, e de mim, somente
No dia em que eu morrer
Não lhes peço que digam coisas bonitas
Tampouco lhes proíbido de fazê-lo, se quiserem
Mas falem de tal maneira que se ali eu estivesse
também me reconheceria, e com vocês concordaria
No dia em que eu morrer
Lembrem-se de minha compaixão para com os fracos
e do meu coração que sempre permaneceu quente
Lembrem-se do meu medo dos fortes
e das minhas mãos frias, suadas e trêmulas
No dia em que eu morrer
Lembrem-se das minhas inquietações com o mundo
Lembrem-se das minhas dúvidas e indecisões
Lembrem-se do meu conservadorismo na minha falta de liberalismo
Lembrem-se do meu liberalismo na minha falta de conservadorismo
No dia em queu eu morrer
Não se esqueçam da minhas esquistisses
Do meu sonambolismo, da minha guludice
do meu cuidado para não engordar
e de todas as milhas que eu corri
No dia eu que eu morrer
Falem sobre o que mim mais lhes irritava
e do que tiveram que fazer para lidar com isso
Contem dos seus sacrifícios em favor de nossa amizade
ou do eu tenha feito ou significado
No dia em que eu morrer
Não me neguem a minha humanidade
mas lhe digam adeus e a deixem descansar em paz
E assim o meu melhor, tão arraigado no meu pior
haverá de habitar as suas mentes e corações
Du, Leuven – 10 de setembro de 2011
Ao voltar do funeral de uma amiga
Saturday, August 20, 2011
Do meu interesse pela Segunda Guerra Mundial
Quando criança, entre muitas coisas que me aterrorizavam, um dos meus pesadelos era pensar que quando eu completasse 18 anos eu seria convocado para servir ao exército. Não que eu tivesse muitas razões para temer ser convocado, vindo de uma pequena cidade como Jacutinga – onde todos são dispensados. E não que tivesse ouvido muitas histórias para acreditar que minha vida se tornaria um inferno se eu de fato fosse convocado. Mas eu simplesmente preferia acreditar que seria melhor que o mundo acabasse do que ter que ir ao exército, sem falar na remota – mas temível – possibilidade de ter que ir para a guerra e ter que matar para sobreviver.
Depois de quase duas décadas algumas coisas ainda não mudaram. Olhando para trás não acredito que ter servido ao exército teria sido uma boa experiência na minha vida, embora ouça com profundo respeito e admiração algumas histórias de pessoas que serviram nas forças armadas. E continuo acreditando que eu não seria um bom soldado. Na verdade eu tenho certeza que se um dia eu fosse para a guerra, eu com certeza morreria em um dos primeiros combates. E não digo isso por exagero e por medo. Na verdade como a idéia de ir para guerra, ou mesmo estar em guerra, vive num quarto muito remoto da minha mente, esse pesadelo da minha infância foi deixado no passado. Digo isso mesmo porque eu sei das minhas aptidões e da falta delas também.
Mas algo que definitivamente mudou foi o meu interesse pelas guerras. Em especial, pelas duas guerras mundiais. Mais especificamente ainda, pela Segunda Guerra Mundial. Depois de ter passado 25 anos da minha vida totalmente alheio a esses dramáticos e tristes acontecimentos históricos, um profundo interesse foi despertado dentro de mim para tentar entender o que realmente aconteceu em nossa história nesse passado não tão distante. Um interesse que veio devagar, sem avisar. Mas que provavelmente vem do fato de eu ser um pouco mais confrontado com isso vivendo aqui na Bélgica do que no Brasil.
Uma das primeiras vezes que senti imerso na história da Segunda Guerra foi quando eu visitei a casa que Anne Frank e sua família usaram como esconderijo para tentar escapar da perseguição nazista. Eu estava em Amsterdam com uma amiga e resolvi visitar o local, já que a visita constava como uma das atrações turísticas no meu guia. Eu entrei no local com uma quase completa ignorância de quem Anne Frank tinha sido, e saí do local realmente impressionado com a história. Depois disso “devorei” o livro contendo o diário escrito por Anne Frank durante o período no esconderijo.
Depois disso, o meu interesse por entender a Segunda Guerra Mundial só cresceu. Eu visitei o campo de concentração que foi usado na cidade de Dachau, que fica nos arredores de Munique. Lá pude entender um pouco mais sobre à que terrível situação judeus e outros prisioneiros foram submetidos. Não tem como não se impressionar. Eu também visitei um museu sobre a Primeira Guerra Mundial aqui na Bélgica, o que me ajudou a entender melhor a conjuntura política e econômica que levaram o mundo à Segunda Guerra Mundial.
Mas foi mesmo depois de ler o livro “A História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial” - que ganhei de uma amiga na minha última visita ao Brasil, que eu consegui entender melhor como a guerra se desenrolou. É um livro que certamente recomendo. Eu gostei tanto do livro que eu li tudo em uma semana ou menos. Minha tia ficava fazendo piadas se todo conhecimento do livro estava entrando na minha cabeça, porque eu não mais desgrudava do livro. E eu sempre respondia que sim, tentando reproduzir com as minhas mãos o conhecimento saindo do livro e entrando entrando na minha mente.
Meus últimos dois achados a respeito da Segunda Guerra são duas minisséries de TV produzidas pela HBO: “Band of Brothers” e “The Pacific”. A primeira delas, e a melhor na minha opinião, foi produzida em 2001 e acabei de ver na internet que ela foi exibida pela Band em 2010 com o nome “Irmãos de Guerra - Band of Brothers". Essa minissérie relata algumas das mais importantes batalhas do exército americano em solo europeu. The Pacific foi lançado no ano passado no Estados Unidos, e segue a mesma linha de Band of Brothers, mas relatando as batalhas da marinha americana contra os japoneses no Pacífico. Cada minissérie tem 10 episódios e vale a pena assistir para entender um pouco melhor quão cruel e triste uma guerra pode ser. É claro que a história é contada da perspectiva dos americanos, então acho que também vale a pena assistir ao filme "Letters from Iwo Jima" (Cartas de Iwo Jima). Com esse filme pode ser ter uma visão mais humanizada dos japoneses e enxergar o outro lado da linha de combate.
Como o meu interesse pela Segunda Guerra não termina com esses livros e filmes, estou sempre a procura de novos livros, filmes e séries interessantes sobre o assunto. Então dicas são sempre bem vindas.
Estou postando o trailer das minisséries da HBO e do filme Cartas de Iwo Jima.
Leuven, 20 de agosto de 2011.
Du
Friday, August 19, 2011
Quando te vi
Da primeira vez que eu te vi
ouvi você falar de Webber e Marx
nossa dessintonia era tamanha
que muito pouco entendi
e você tão articulada nem me notou ali
Da segunda vez que eu te vi
tínhamos os olhos em lugares distintos
mas por coincidência ou destino
eu esbarrei na sua surpresa
e por segundos pensei entender sua natureza
Da terceira vez que eu te vi
você simplesmente apareceu por ali
e eu cumprindo o meu dever
sem titubear ou hesitar
nem percebi seus olhos a me estranhar
Da quarta vez que eu te vi
nossas vidas já eram parecidas
até conselhos eu te pedi
sem ao menos desconfiar
o que futuro estava a nos reservar
Pela centésima vez que eu te vi
do começo ao fim você me entendia
choramos, rimos, nos declaramos
fui por vezes exagerado
de tão feliz ao seu lado
Da primeira vez que não te vi
um pedaço de mim se partiu
sem saber o que fazer
com olhos embaçados tentei te achar,
mas só podia mesmo era soluçar
Da segunda à quarta vez que não te vi
Tentei não sentir a sua ausência
senti você indo embora
nossa sintonia enfraquecendo
meu medo de te perder crescendo
Pela centésima vez que não te vi
a saudade não mais doía
suas lembranças se tornaram doce
na sua ausência você me fez forte
e nada mais culpei por nossa sorte
Hoje que ainda não te vejo
converso com você no silêncio
escrevo cartas de tinta imaginária
a certeza do ontem me compraz
e com o hoje e o amanhã me deito em paz.
Du
(Leuven, 19 de agosto de 2011)
Sunday, August 07, 2011

É incrível essa tendência para a fantasia que apresentamos em nossos primeiros anos de existência nesse mundo tão real. E é também uma pena que com o passar dos anos vamos perdendo, pouco a pouco, essa habilidade tão lúdica e divertida.
Mas, vez ou outra, meus pensamentos ainda conseguem encontrar maneiras de me entreter com planos e “fantasias” que nascem sem muita pretensão de serem concretizados. Apenas idéias que são gostosas de serem saboreadas em momentos em que me sinto um pouco entediado, ou quando tenho que ficar por um período sem falar com ninguém. Ou simplesmente quando eu vejo ou ouço algo que serve de “combustível e alimento” para meus pensamentos.
Na minha última viagem pelo "meu mundo de idéias sem pretensões de nascer" eu estava imaginando o quanto seria interessante se eu tivesse um cavalo como meu fiel escudeiro. Um cavalo como o cavalo do Zorro, ou o Cavalo de Fogo da Princesa Sara – para aqueles que ainda lembram do desenho animado da década de 80. Um cavalo com o qual eu pudesse viajar de um lugar para o outro, como as pessoas sempre faziam antigamente. Um cavalo com o qual eu tivesse uma forte sintonia. Um cavalo real, sem asas nem chifre na testa. Tão pouco falante como o Cavalo de Fogo. Apenas um cavalo.
Mas é claro! Existem muitos tipos de cavalos. E como seria o meu? Hum, essa é uma questão difícil de responder. Eu sei que eu gostaria de um cavalo imponente, forte. Grande como os cavalos que vemos em filmes ou em exposições - que geralmente são quase duas vezes maiores que os cavalos comuns que vemos por aí. Mas o que eu ainda não consegui decidir é se eu gostaria um desses cavalos esbeltos, que parecem ser ágeis e andam elegantemente. Ou se eu gostaria um cavalo forte, desses que você vê puxando carruagens, cheios de músculos, longas clinas e pêlos nas patas.
Mas daí começo a pensar e devanear. Se eu quero um cavalo tão imponente e "poderoso" – seja ele esbelto ou com pêlo nas patas – eu preciso conhecê-lo muito bem, senão não terei chances alguma de poder cavalgá-lo. É então que eu decido que eu vou criar o meu cavalo desde o tempo em que ele ainda é um potrinho. Daí terei tempo de sobra para construir uma relação de confiança e sintonia com o meu fiel escudeiro cavalo, até o dia em que poderei montá-lo e iniciar minhas viagens com ele.
Porém, algumas questões ainda tem que ser pensadas. E se alguém rouba o meu cavalo durante uma de minhas viagens, depois de eu ter comprado um cavalo tão bonito e ter investido tanto tempo na criação dele? É claro, em tempos como os nossos sempre temos que considerar questões de segurança. E eu não sei se existe um seguro para cavalos. Mas, de todo modo, eu não gostaria de ver meu fiel escudeiro sendo levado embora por um ladrão de cavalos. Sem contar que, mesmo se sobrevivêssemos aos ladrões de cavalos, também preciso contar com o fato de que cavalgar pelas rodovias no Brasil com meu cavalo não seria uma das atividades mais seguras. Daí eu penso que talvez eu esteja muitas décadas ou séculos atrasado para querer viajar a cavalo por "terras desconhecidas".
E depois de ponderar a respeito de todas essas questões, eu digo adeus para o meu fiel escudeiro cavalo, agradecido por tê-lo tido em minha fantasia enquanto eu planejava a nossa vida de parceria. Então volto ao mundo real, onde sigo sem muitas pretensões de comprar um cavalo.
Leuven, 07 de agosto de 2011
Du
Sunday, July 24, 2011
O dia em que eu enganei Afrodite
Como já diria um poeta
“Mundo velho e decadente mundo
Ainda não aprendeu a admirar a beleza”
E não, não aprendeu mesmo,
não, não aprendeu ainda
O outro poeta retrucaria
“As feias que me desculpem,
mas a beleza é fundamental”
Mas que beleza?
A verdadeira ou aquela que a gente quer comer?
Talvez a verdade seja mesmo que
“quem ama o feio, bonito lhe parece”
como a sabedoria popular de algum popular bradaria.
Mas divagará mesmo o amante sobre isso
enquanto suspira na espera pelo seu ser amado?
Até quando a deusa da beleza irá nos aprisionar?
Até quando trabalharemos para ela e
aceitaremos os seus palpites apetitosos?
Até quando seus palpites com entrada, prato, vinho e sobremesa
e com aceno do garçom na saída?
Ontem eu saí para espiar o mundo
por descuido esqueci de avisar para onde ia
Nem mesmo me dei o trabalho de me avisar
E no meu descuido sonolento tropecei e mergulhei
no suspiro dos apaixonados
Passeando também ali a verdadeira beleza,
imperfeita e tão bonita, tão verdadeira
Tão azul, tão forte, tão espontânea
tão honesta, doce e inocente
tão diferente, tão interessante
Tão bonita na sua falta da extrema beleza,
e ainda bonita na sua presença de beleza
Mas também tão distraída em sua dança pelo mundo
Veio e se foi, não se apresentou, não se despediu
Sem ao menos acenar para mim,
passou, nem me notou, me encantou
Me libertou
Com certa tristeza nos olhos e um estranho sorriso nos lábios
voltei desapercibidamente do meu passeio pelo mundo
E dormi, suspirei, sonhei, debochei
no dia em que enganei Afrodite.
Du (Leuven, 24 de julho de 2011)
Friday, July 01, 2011
Se tem uma coisa que me impressiona na vida estudantil belga é como cada etapa do ano letivo é bem demarcada. Há tempo para tudo na vida dos estudantes belgas; e cada etapa ou atividade tem o seu período certo e devido. Tudo isso garantido com precisão, é claro, pela agenda sempre a tiracolo de um bom belga.
Mas o que me chama a atenção em tudo isso não é a existência das “estações estudantis” em si, mas a intensidade em que elas são vividas. Por exemplo, os estudantes acabaram de passar por duas etapas bem estressantes: o “bloco” e os exames.
O bloco (traduzindo literalmente do holandês para o português) dura duas semanas e é etapa que precede os exames. Nesse período não há mais aulas e o objetivo é que os estudantes possam acabar de se preparar para os exames. Durante o bloco, uma cidade estudantil como Leuven presencia um progressivo desaparecimento dos estudantes das ruas, bares, praças e parques. É tempo de estudar pesado. Nesse momento não é mais “pecado” ser caxias, bitolado e anti-social.
Mas o nível de stress atinge mesmo o seu pico durante os exames. Durante três semanas todos os estudantes passam a maior parte do tempo ou estudando, ou fazendo exames, ou falando a respeito dos estudos e dos exames. Calendários coletivos são organizados entre amigos, de modo que todos saibam quais exames cada um tem e em quais dias eles caiem. E as conversas sempre giram em torno de como foram os exames já realizados e quantos exames ainda restam até o final.
Mas depois do temporal sempre vem a bonança. E durante a semana passada, um por um, os estudantes de Leuven começaram a aderir o anúncio coletivo do final dos exames e início das férias de verão, a medida que seus calendários de provas se encerravam. E o anúncio, como sempre, vem no seu melhor estilo: evidente, claro e intenso.
Embalados pelo clima mais quente e pelos dias longos, roupas ao estilo “estamos de férias e queremos aproveitar esse tempo” ganham mais uma vez a oportunidade de passear pelas ruas. Amigos e namorados passam horas nos gramados, aproveitando o bom tempo para por o papo e o “bronzeado” em dia, antes de partir de férias. As estações de trem ficam cheias de “jovens mochileiros”, que começam as suas viagens de férias, ou que se encaminham para os famosos festivais de música, munidos de suas barracas e rostos cheios de animação e disposição. É tempo de férias.
Só de ver toda essa animação meu peito já começa a saltar, e penso que gostaria de partir de férias com bons amigos. Mas, enquanto aguardo pelas minhas férias, que ainda vão demorar um pouquinho, sigo animado com a animação dos estudantes aqui e sua maneira tão intensa de comunicar que também há tempo para se aproveitar a vida.
Du
Bruxelas, 01 de julho de 2011
(Foto: Fonske - estátua construída em 1975 para comemorar o aniversario de 550 anos da universidade KULeuven. A estátua representa um estudante que, através da leitura do seu livro, adquire sabedoria, representada pela água que jorra para dentro de sua cabeça.)