Quando te vi
Da primeira vez que eu te vi
ouvi você falar de Webber e Marx
nossa dessintonia era tamanha
que muito pouco entendi
e você tão articulada nem me notou ali
Da segunda vez que eu te vi
tínhamos os olhos em lugares distintos
mas por coincidência ou destino
eu esbarrei na sua surpresa
e por segundos pensei entender sua natureza
Da terceira vez que eu te vi
você simplesmente apareceu por ali
e eu cumprindo o meu dever
sem titubear ou hesitar
nem percebi seus olhos a me estranhar
Da quarta vez que eu te vi
nossas vidas já eram parecidas
até conselhos eu te pedi
sem ao menos desconfiar
o que futuro estava a nos reservar
Pela centésima vez que eu te vi
do começo ao fim você me entendia
choramos, rimos, nos declaramos
fui por vezes exagerado
de tão feliz ao seu lado
Da primeira vez que não te vi
um pedaço de mim se partiu
sem saber o que fazer
com olhos embaçados tentei te achar,
mas só podia mesmo era soluçar
Da segunda à quarta vez que não te vi
Tentei não sentir a sua ausência
senti você indo embora
nossa sintonia enfraquecendo
meu medo de te perder crescendo
Pela centésima vez que não te vi
a saudade não mais doía
suas lembranças se tornaram doce
na sua ausência você me fez forte
e nada mais culpei por nossa sorte
Hoje que ainda não te vejo
converso com você no silêncio
escrevo cartas de tinta imaginária
a certeza do ontem me compraz
e com o hoje e o amanhã me deito em paz.
Du
(Leuven, 19 de agosto de 2011)
2 comments:
Acho que vou ganhar um sonho de valsa...
te amo muito, companheiro
obrigada por vc ser uma poesia em pessoa
sério???? tinha certeza que vc ia perder a minha aposta... :-)
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