Quando na minha vida se fez manhã
ainda no peito de mamãe
Papai suspirou minha primeira profecia
"Meu pequeno, meu pequeno,
de pulsos grossos, olhos grandes, e sorriso largo
corra, corra, sempre para ela
por que você é de Maria"
Papai nunca me disse
quem era a minha Maria
Minha sina sempre foi todavia
nos braços de uma Maria
Maria Ana eu encontrei primeiro
Honesta, debochada, exagerada,
Com ela eu tive a primeira aula de amizade
Maria Bela eu encontrei depois
Inteligente, esforçada, compenetrada
Um pouquinho de mim que eu amava visitar
Maria Carina me emprestou seus lábios
Mexeu com minha cabeça nas saídas noturnas
Tocou meu coração no companheirismo diurno
Maria Dora veio para me entender e acompanhar
Com ela o eu se perdeu, deixando lugar para o nós
Uma irmandade que não tem fim
Maria Elaine me deu sua mão
Foi chegando, se aconchegando, e ficando
De tão graciosa, também sempre me deixou ficar
Maria Fernanda chegou sem pretensão
Menina insegura, fogo de mulher
Nossa intimidade cresceu assim sem notar
Maria Geisa apareceu numa tarde de domingo
Bonita, sensual, arisca, orgulhosa
Encarna toda a doçura e candura de uma Maria
Maria Heloísa veio como um furação
Por ela me apaixonei, nela eu me encontrei,
Nela eu me perdi, e depois eu a perdi
Maria Isabel eu vi primeiro de longe
É a Maria que eu nunca sei se entendi
É a Maria que sempre soube que me entendeu
Maria Julia demorou a chegar
Trouxe honestidade, provocação, e interrogação
Veio para me interpretar e reinterpretar
Ana Bela Carina Dora Elaine
Fernanda Geisa Heloisa Isabel Julia
Sim papai, eu sou mesmo é das Marias
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Figura de: http://blogdovestiba.pucpr.br/2012/03/08/8-de-marco-dia-internacional-da-mulher/