Wednesday, May 30, 2007

O Coração Peregrino

De lá para cá
Sentindo-se em casa

Ali, aqui, acolá
Só por hoje
Amanhã, quem sabe

Os mesmos ventos
Ás vezes trazem novos ares
Alguns que descem secos
Outros vem como brisa suave
ao soluço da partida de ontem

A vida vai seguindo
E por trás dos olhos
mudanças, movimentos
Encontros e desencontros
de velhos e novos olhares

De repente as cenas mudam outra vez
Por vezes trazem novos rostos
Novas situações
E as mesmas batidas ansiosas

do coração do menino
em prece por permanência

Mas o peregrino sabe
Depois de noites quentes,
ardentes e profundas
O amanhã e a manhã ás vezes trazem
Mesmo que contra a vontade
O convite inesperado para seguir

Novos caminhos, velhos passos

Marcados pela certeza do que foi
E iluminado pela esperança do que virá
Até quando lá chegar e repousar
O coração peregrino


30 - maio - 2007


( O peregrino sobre o mar de brumas. Casper David Friedrich, 1818)


Depois que coloquei esse POST ouvi essa música que segue abaixo (Sinal dos Tempos) , que acho que tem bastante a ver com o que eu escrevi. Então, resolvi editar a postagem e acrescentar a letra da musica. Uma segunda opinião sempre é bem vinda. Por que "mesmo com sono mesmo cansado" às vezes "é preciso atravessar lá fora". Mesmo que esse lá fora esteja no interior do nosso interior. São movimentos que fazemos, movimentos que fazem nossos corações peregrinos.


"É preciso fazer uma canção
Um trato, uma entrega, uma doação
É preciso a chuva escura, a noite
A solidão
É preciso tudo agora
Um dissabor uma vitória uma confissão
A voz de um instrumento e a tua mão
Que nos faça acordar
Sim
Meias palavras não bastam
É preciso acordar
É preciso mergulhar mais que mil pés
Onde Netuno traça o rumo das marés
É preciso acertar a direção dos pés
Quando os velhos caminhos se esgotam
E os tempos não voltam
Não voltam
É preciso alcançar outra estação
Mesmo com sono mesmo cansado solto como um cão
É preciso o sol e a rua a tarde
A multidão
É preciso Atravessar lá fora
Um corredor um rio da história uma revolução
O caos de uma palavra nova, um sim e um não
Que nos faça acordar
Sim
Meias palavras não bastam
É preciso acordar
É preciso mergulhar..."
(Sinal dos Tempos - Totonho Villeroy)

Monday, May 28, 2007

De Paulo para Manoel.......

....... de Manoel para Paulo




UBIQÜIDADE

Estás em tudo que penso
estás em quanto imagino
estás no horizonte imenso
estás no grão pequenino
estás na ovelha que pasce
estás no rio que corre
estás em tudo que nasce
estás em tudo que morre
em tudo estás, nem repousas
os ser tão mesmo e diverso
eras no início das coisas
serás no fim do universo
estás na alma e nos sentidos
estás no espírio estás
na letra
e os tempos cumpridos
no céu
no céu estarás

(Manoel Bandeira)



"porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas;"

(Bíblia - Carta de Paulo aos Colossences, capítulo 1, versículos 16 à 17)


Estariam Paulo e Manoel falando da mesma coisa? Sabemos que Paulo fala de Jesus, a quem chama de "o princípio". Já Manoel fala de um "você" que está em tudo e que "era no início das coisas" e por assim ser ele consegue enxergar esse "você" em tudo o que vê e o que pensa. Estaria ele também falando de Jesus? Essa é uma pergunta.

Mas melhor pergunta do que essa é "o que o fato alguém estar presente em tudo ou tudo nele existir modifica a minha visão do tudo?". Hum..... Muitos tudos para a mesma pergunta? Mas quem sabe tudo isso não faça algum sentido.

"Será que alguma coisa
Nisso tudo faz sentido
(...)
Será que existe alguém
Ou algum motivo importante
Que justifique a vida
Ou pelo menos esse instante"
(George Israel/Bruno Fortunato/Leoni)

Quem responderia a perguntas como essas? Como julgo que perguntas são melhores do que respostas, lanço assim mão de uma nova pergunta:

No que o poema de Manoel Bandeira e a afirmação de Paulo poderiam contribuir para isso? Afinal, a busca pelo significado é um grito que ecoa em todos os corações, mesmo quando não nos damos conta disso.


Sunday, May 06, 2007


Do lado de cá

Vitória, Vila Velha, Viana, Domingos Martins, Guarapari
Nomes de cidades entre tantas outras
Agora, porém, carregados de significado e suspiros saudosos
Lembranças de dias não apenas vividos, mas também saboreados

Daqueles preciosos momentos em terras capixabas
Imagens gravadas em nossos peitos e recordações
O assombro diante da beleza da criação
Beleza tamanha, difícil de se expressar!

A vista do alto da serra
A rubra lua nascendo entre os coqueiros
A beleza natural de trilhas e quedas d’água
A vida brotando no manguezal

Tempo de se admirar, tempo também de celebrar
Celebração da vida e da companhia de bons amigos, mui queridos
Brindes, conversas, brincadeiras e confissões
Ao som do rio da montanha e regados de bom gosto musical

Laços que se formam, laços que se estreitam
A sensação de pisar um chão diferente
E de se estar em um universo paralelo e escondido no meio do nada
Quase que perdido por de lá do portal da vida agitada

Do lado de cá firmamo-nos na esperança do que virá
E na certeza de que "mesmo se nada mais existir
Ainda resta a nossa história"
Agora mais recheada desses dias com sabor de muqueca capixaba

Graças a Deus

Friday, March 30, 2007

O milagre que eu esperei nunca me aconteceu!!!!


Essa semana estou chengando a conclusão de que às vezes o milagre que queremos dificilmente acontece, pois muitas vezes queremos algo que nos leve para longe de nós mesmos. "Cada um sabe da dor traz no coração" e é exatamente lá que queremos mexer... que queremos nos afastar. Mas talvez não pensemos que possam ser as lágrimas derramadas por essa dor que alimentem a circulação sanguínea daquilo que realmente somos, o sangue que nos deixa de pé. Se pudessemos com certeza fugiríamos de nós mesmos, porque muitas vezes somos tão vis que se torna bem difícil conviver com a gente mesmo. E realmente é. Talvez porque estejamos tão ocupados em representar algo que não somos ou querer ser algo tão longe daquilo que somos.
Possivelmente concordemos lá em nosso íntimo com o velho Hagar.



Triste sina essa de encontra-se rejeitado por nós mesmos. Por isso, como Francisco de Assis, "eu oro por uma santa humildade, a habilidade de ver e aceitar a mim mesmo como sou". E na verdade isso só é possível mesmo por que simplesmente somos aceitos por aquele que nos criou, Deus. Ele nos ama mesmo na nossa busca incessante pela fuga, que nos faz até perder de vista aquilo que realmente somos. E é nele que encontramos o referencial para a reconciliação como nosso eu. "A fé significa que o ser, ao ser ele mesmo e desejar ser ele mesmo, descansa transparentemente em Deus" (Kierkegaard, In. Mentoria Espiritual).

"Ele [Deus] é amor, e a extensão do seu amor vai até a graça. Está disposto a perdoar os que o odeiam e descobrir um meio de abraçar os sujos e pequenos maltrapilhos. Ele na verdade os ama - e nós somos eles" (Larry Crabb - Chega de Regras - pag 154)

A nós, maltrapilhos, sejam os conselhos dos poetas Anitelli e Fernando Sousa (ver abaixo). E que nessa busca pelos nós mesmos já esquecidos, não deixemos-nos esquecidos na última ESTAÇÃO. E que então encontremos a água fria do peixe vivo e a verdadeira companhia. Pois, "como pode um peixe vivo viver fora da água fria? Como poderei viver sem a tua companhia?"


"Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor

E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou!"
(Trecho de Camarada Dágua - Fernando Anitelli e Danilo Souza)



"Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
O abraço de vampiro é o sorriso de um amigo e mais nada
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi
e hoje não a encontrei
Pois caiu no mar, e se apagou
Se souber nadar, faça-me o favor
O milagre que esperei nunca me aconteceu
Quem sabe é só você
Pra trazer o que já é meu
(x2)

Brilha onde estiver
Faz da lágrima o sangue que nos deixa de pé (x2)"

(Brilha Onde Estiver - Fernando Anitelli)

Tuesday, March 27, 2007

Uma velha paixão ...

tão presente como todas as velhas paixões sempre são ...

... e um pouquinho de legião.



Giz

Legião Urbana

Composição: Renato Russo

E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou quando quero
Quando quero

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
Pra ser honesto
Só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem...
Lá vem, lá vem, lá vem
De novo
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei
Está tudo bem, tudo bem...
uh...uh...


E aproveitando o clima de flores da capa dos saudosos legionários e para não dizerem que não falei das flores....

Flores, flores... que de plástico não morrem.



Para uma menina como uma flor

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, que aliás você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.
E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você quando sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre num nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, como uma santa moderna, e anda lento, a fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der aquela paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.
E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta mas não concorda porque é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara– na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as outras mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse, cantando sem voz aquele pedaço em que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.
E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora – tão purinha entre as marias-sem-vergonha – a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nestas montanhas recortadas pela mão presciente de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos – eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão, de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfeitando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações – porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

Vinícius de Moraes

in "Para uma menina com uma flor (crônicas)"
in "Poesia completa e prosa: "Para uma menina com uma flor""



Wednesday, March 14, 2007


No ritmo dos loucos


"Serão os céus conspirando contra a sanidade
Decepções e frustrações vêm e vão
Mas o que fazer com um coração aflito?


Discussões inúteis, testas franzidas em vão
A cólera despertada para depois ir embora
E ainda nem sei onde entra a outra face


Queria mesmo é reinvidicar todos os meus direitos
Jogar na cara a fragilidade de todos os argumentos
Fazer-me ouvir e usar com astúcia as armas ao meu alcance
Mas ainda permanece a sombra da outra face


Ah! Meu coração quer ser cruel, sabe ser!
Talvez assim ele se sinta mais aliviado
Saborear a vingança recheada de certezas e precedentes
Malditos precedentes! Estariam eles do outro lado do tapa?


No final das contas, quero ser mesmo humano
Já que forte descobri não ser
E que esse não seja mais argumento inútil
Que se queira fazer valer



Ás vezes me resta apenas gritar
De vez enquando, de quando em sempre
Dançar a insanidade assim devagar
No ritmo dos loucos, na leveza do caminhar"



APROVEITANDO A DEIXA, UM POUCO DE LEVEZA E CALVINISMO NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM






Tuesday, March 06, 2007

Um de dois

Os suspiros apaixonados

A arrepio da pele tocada

Olhos que se encontram

Olhos que brilham


A respiração ofegante

Os pensamentos vagando

Fantasias, anseios

Encontro de almas

Dois corpos


Celebremos o amor, o calor

Celebre o seu amor, celebre o meu amor

Do amor de dois, continuemos a acreditar

Amor sempre presente

Mesmo que ausente


A beleza ao redor a se revelar

Saltitam risos espontâneos

O sol mais brilhante

Inspiração de poetas

Melodia de músicos

Olhares embevecidos

Desejo, ternura, dois, um.

Friday, February 23, 2007



É incrível como a agitação do dia a dia, os prazos apertados, as responsabilidades, os deveres e o peso que muitas vezes nós mesmos colocamos sobre nossos ombros tem o poder de obscurecer e ofuscar nossa visão da vida. Esquecemos que temos alma, esquecemos que a vida é tão rara.

Parece que nossa vida depende de nossas realizações, “a gente espera do mundo, o mundo espera de nós” [1]. E de quando em quando descobrimos que só estávamos correndo atrás do vento. Mas, depois corremos de novo, atrás daquele que nunca alcançamos, do vento. Uma busca vã, sem sentido, vazia.

É, talvez por isso mesmo que muitas vezes nos sentimos ocos, secos, vazios. Mesmo depois de acumular alguns troféus, empoeirados pela estrada da vida. Mesmo depois de conseguirmos convencer as pessoas e a nós mesmos da nossa responsabilidade, dedicação, empenho.

A cortina tapa o céu azul lá de fora. Ouço teclados, mas o som não é música. Gente trabalhando. Vejo rostos preocupados. O ombro dói. Gente preocupada com o futuro, gente preocupada com o amanhã. Gente preocupada com hoje a noite. E será que a gente só queria um abraço?

No nosso peito pulsa vida. Tanta vida. Será que ainda vamos demorar muito para perceber? Será que deixaremos a vida ser ameaçada para dar valor a ela? Será que seguiremos ainda achando que as pessoas dormindo pelas calçadas fazem parte da paisagem de nosso caminho para o trabalho? Barateamos e vulgarizamos a vida e, conseqüentemente, todo ser vivo. Nossos valores estão invertidos.

Minha alma quer apreciar a leveza dos bailarinos, a sensibilidade do poeta, a criatividade dos músicos. Quero saber da ousadia do revolucionário, da voz do profeta, dos ouvidos que conseguem escutar “uma barriga roncando, uma mamãe chorando” [2]. Afinal, não escutamos pois fazemos "muito barulho por nada". Quero aprender da inocência da criança, do vigor da juventude, da sabedoria da velhice. Continuar acreditando nos suspiros apaixonados e nos amores desinteressados.

E a gente volta à rotina. De quando em quando pensamentos raros como este escapam pelas brechas e tomam de novo conta da mente. A gente repensa a vida e sonha em talvez um dia valoriza-la como se deve. “A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva” [3]. E os ombros ainda doem.

[1] Paciência - Composição: Lenine e Dudu Falcão

[2] Gilmarley Song - Composição: George Israel / Paula Toller

[3] Roda Viva - Composição Chico Buarque





“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para


Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara


Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o m

undo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede u

m pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)

Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...a vida não para)”

(Paciência - Composição: Lenine e Dudu Falcão)




Bomba, avião, helicóptero
para ocupar território
e deixar ao deus-dará
outras tragédias não soam
outras tragédias não soam
barulho...barulho...
muito barulho por nada
por nada no futuro
vamos falar mais baixo
vamos parar pra escutar
uma barriga roncando
uma mamãe chorando
vamos ouvir a noite cair
e o sol ajudá-la a se levantar
bumbo, violão, pandeiro
para animar o auditório
e ir pra casa em paz e feliz
outra beleza não há
outra beleza não há
silêncio! silêncio!
façam silêncio
ouçam Gilmarley cantar
vamos falar mais baixo
vamos parar pra escutar
o bum-bum do tambor
um abacateiro em flor
vamos fugir da solidão
gandaia, realce, reggae e baião
outra beleza não há...

(Gilmarley Song - Composição: George Israel / Paula Toller)







Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

(Roda Viva - Chico Buarque)

Thursday, February 01, 2007

Como uma criança....

(Olive – Filme: Little Miss Sunshine)

Se hoje me pedissem uma dica de filme, com certeza diria Pequena Miss Sunshine. Uma boa comédia, dessas difíceis de se ver. Mas não vou falar do filme, afinal não existe coisa mais chata do que gente contando filme, principalmente quando a gente não assistiu.

Mas vendo o filme, a pequena Olive me fez pensar sobre muitas coisas. Em meio a uma família no mínimo doida, ela é assim, uma criança. Do jeito de ser simples e honesto, e ao mesmo tempo não superficial. É claro que com o bombeamento de informações, boas e más, manipuladoras ou não, nem sempre se encontram crianças assim. Mas a pequena Olive me fez visitar a criança que ficou lá trás, debaixo de muitos dias, meses e anos que joguei sobre ela.

Umas das coisas que me veio à mente enquanto via o filme, foi a passagem Bíblica que Jesus pede para que os discípulos deixem as crianças se achegarem a ele. É, crianças!!!

“Traziam-lhe também as crianças, para que as tocasse; mas os discípulos, vendo isso, os repreendiam. Jesus, porém, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de modo algum entrará nele”.
(Evangelho de Lucas, Capítulo 18, versos de 15 à 17)

Nessa busca e reconciliação com a criança que existe dentro da gente, deixo aqui dois depoimentos que eu retirei do filme “Doutores da Alegria”. É muito massa ver como as figuras da criança e do palhaço se casam bem. Deixo também uma música intitulada “oito anos”, composta por Dunga e Paula Toller. Na musica os autores “se contentam em brincar com as perguntas”. Assim como a criança e o palhaço. E daí me vem a frase do Fernando Anitelli “Por que a gente é desse jeito? criando conceito pra tudo que restou”.


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(Depoimentos dos doutores da alegria)

“A essência do arquétipo do palhaço é a criança. Porque a criança é um ser que é livre de preconceito. Ela não prisioneira nem da lógica nem da razão. Para a criança não existe o ridículo. Ela só vive no presente. Não faz planos. Você vê... Ela é sempre 'O Pai.. eh quero isso aqui agora.. é já' Ela só vive aquele presente. E a gente para se relacionar com o outro sempre precisa de um rótulo. A gente sempre precisa de um preconceito.. de fazer um juízo daquilo. E a criança e o palhaço não. Eles tem incondicionalidade na sua maneira de lidar com o outro”.

“E por que que a gente escolheu o palhaço para trabalhar com essa questões? É porque talvez o palhaço seja o personagem mais apto a não trabalhar com as respostas. Ele se contenta em brincar com as perguntas assim...”


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Por que você é flamengo
E meu pai botafogo?
O que significa
"impávido colosso"?

Por que os ossos doem
Enquanto a gente dorme?
Por que os dentes caem?
Por onde os filhos saem?

Por que os dedos murcham
Quando estou no banho?
Por que as ruas enchem
Quando está chovendo?

Quanto é mil trilhões
Vezes infinito?
Quem é Jesus Cristo?
Onde estão meus primos?

Well, well, well
Gabriel...

Por que o fogo queima?
Por que a lua é branca?
Por que a terra roda?
Por que deitar agora?

Por que as cobras matam?
Por que o vidro embaça?
Por que você se pinta?
Por que o tempo passa?

Por que que a gente espirra?
Por que as unhas crescem?
Por que o sangue corre?
Por que que a gente morre?

Do que é feita a nuvem?
Do que é feita a neve?
Como é que se escreve
Ré...vei...llon

Well, well, well
Gabriel...

(Composição: Dunga / Paula Toller)



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É isso aí..
Bom resgate da criança

Du

Thursday, January 25, 2007

Tem dias assim


"Tem dias assim
Que a gente quer uma música,
Uma poesia, uma rede, um bom papo
Gargalhadas deitados no sofá

Tem dias assim
Que dá saudade do que ficou
Sente-se alegria do que ainda se vive
Coração se aperta e se alegra

Tem dias assim
Que dá vontade de parar tudo
Dá preguiça de começar
Só dá vontade de devanear, pensar, sentir

Tem dias assim
Que quero a água da chuva molhando o corpo
O vento batendo no rosto
O peito batendo acelerado

Tem dias assim
Que a vida faz mais sentido
O coração fica bem aquecido
Dias que só se quer amar"

(Du – em um dia assim - 25/01/2007)


"Conhecer as manhas e as manhãs
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
cada um de nós compõe a sua história
cada ser em si carrega o dom de ser capaz
e ser feliz"
(Tocando Em Frente - Almir Sater e Renato Teixeira)



Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou
Juntos outra vez
Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
(Sol de Primavera - Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Wednesday, January 24, 2007

Relatos de um estudante









Em 2007 a Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) completa 50 anos de existência. Uma caminhada de muitas alegrias, mas também de dificuldades. Um movimento marcado por pessoas, histórias, lágrimas, sorrisos, joelhos no chão. Marcada também por tempos de crise, falhas, desencontros. Um movimento tentando responder ao chamado de proclamar os valores do Reino de Deus no meio estudantil. Não de maneira alienada, mas participar, viver, caminhar e partilhar da alegria e também da dor que cada um carrega no seu interior. Um chamado que deve estar centrado em Cristo e no seu amor demonstrado na sua morte na cruz. É somente isso que dá significado a nossa vida e ao nosso caminhar.
O chamado não é fácil, nem tampouco a caminhada. Ás vezes é mais cômodo sair pela tangente, nos alienarmos, fingir que a responsabilidade não é com a gente, nos fecharmos em um grupo homogêneo. Mas que Deus desperte jovens comprometidos com as suas universidades e com seus colegas e amigos. Que a cada dia sejamos levados de volta ao primeiro amor, amor que vem de Deus. E por amor continuemos essa caminhada que tem impactado a vida de tantas pessoas, assim como impactou a minha.

Deixo um texto que escrevi no dia 24 de dezembro de 2003, enquanto ainda fazia graduação em Ciências da Computação na Unesp de Rio Claro. Relatos de um estudante.


Oi povo. Tudo bom? Todo mundo curtindo as férias neh.....
Mais um ano chega ao fim e as lembranças de tudo que aconteceu ficarão guardadas em nossas mentes e corações: o treinamento em RC, o CR em Piracicaba, o picnic no horto, a festa caipira na casa da Déia, o Curso de Férias, o CR em São Carlos, o Treinamento em Franca, o domingo na Kairós, as reuniões de EBI, o projeto Amar a si mesmo, os projetos Lucas, as reuniões do GB, os almoços, os filmes de vídeo assistidos, as conversas durante um sorvete e outro na zero grau, a festa de despedida da Déia, as reuniões de orações, as visitas às igrejas, a venda de livros, partidas de Imagem e Ação, a criação do nosso site......... (e por aí vai).... pena que naum dá pra participar de tudo neh......
Mas o mais importante é que de tudo isso nascem amizades, laços se fortalecem, trabalhamos juntos para a obra de Deus, caminhamos lado a lado, e o nome de Deus é engrandecido.
Esta amizade que nasce e cresce com cada um de vocês tem marcado profundamente a minha vida. Admiro cada um de um modo especial, e tenho aprendido muito com todos vocês. Aprendido o quão preciosas são as amizades profundas em um mundo acostumado a viver na superficialidade, o quão importante é saber que eu posso contar com esta família que é o Corpo de Cristo. Aprendido que não precisamos nos trancar em castelos, que posso mostrar minhas fraquezas sem ter medo de ser considerado fraco, que posso pedir ajuda e socorro. Aprendido que podemos partir e repartir as cargas do irmão, que podemos nos alegrar juntos, mas podemos também chorar juntos.
Isso é o Corpo de Cristo, um corpo onde cada um é importante, um corpo onde você tem o seu significado e a sua razão de estar ali, um corpo vivo, corpo onde a vida é mais vida, vivendo em Jesus.
Há alguns anos atrás, quando experimentava algo parecido em minha igreja no grupo de adolescentes, um grupo animado e unido, ativo na obra de Deus, em meu coração havia uma preocupação: dali a alguns anos eu iria para a faculdade e aquilo ali não mais existiria. Eu sonhava em participar de um grupo como aquele na faculdade, talvez o encontrasse em alguma igreja na cidade para onde mudaria. Um grupo onde pudéssemos buscar a Deus juntos, nos divertirmos, tomar sorvete no domingo a noite. Mas parecia mais coisa de interior, isso parecia ser impossível de se realizar. Eu sonhava com um grupo, mas ainda não sabia que esse grupo tinha um nome: ABU. Nunca tinha ouvido falar da ABU e não ouviria falar dela até chegar na faculdade, mas ali nascia um desejo no meu coração. Um sonho de Deus para minha vida.
E agora olho e vejo tantas coisas bonitas acontecendo aqui em Rio Claro. Deus trabalhando, Deus abençoando. O grupo ABU Rio Claro crescendo,crescendo em número, crescendo como grupo. E posso falar que o sonho se realizou. O que antes era um sonho, agora é uma realidade. Uma realidade de bênçãos de Deus para minha vida, para a sua vida.
Como em todo sonho, às vezes nos esquecemos das lutas, e elas vêm, pode ter certeza. A caminhada muitas vezes não é tão fácil como imaginamos, muitas vezes é cansativa. As tempestades aparecem e parecem que não vão passar. Mas elas passam, pode ter certeza também. Tudo faz parte do maravilhoso plano de Deus para nossas vidas e ao seu sinal o mar se acalma e o sol volta a brilhar. A caminhada muitas vezes é braba, mas vale a pena, e como vale.
Hoje, estamos alegres porque até aqui o Senhor nos abençoou e nos ajudou. Mas um novo ano se inicia, novos desafios surgem a nossa frente. 2003 ficará em nossas mentes e corações, mas 2004 deve estar nos nossos sonhos. Hoje Deus me convida, Deus te convida, a sonhar os sonhos dEle para este novo ano.
Olhe para o campo, a seara na verdade é grande*. O que fazer? O que eu posso fazer? O que a ABU Rio Claro pode fazer? Muitas vezes não sabemos. Mas Deus sabe. Basta uma atitude, devemos dispor nossas vidas nas mãos de Deus e Ele, o Senhor da Seara, irá a nossa frente abrindo as portas. Ele será nosso companheiro de jornada.
Que neste ano que se inicia possamos sonhar os sonhos de Deus para nossas vidas e consagrarmos nossas vidas ao Autor da Vida.

Abraços
Du
(24/12/2003)

* Mateus 9.36-38
"Jesus ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: 'A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da Colheita que envie trabalhadores para a sua colheita'".


É isso aí...
Continuemos, firme na coragem do Senhor. Continuemos a sonhar, continuemos a caminhar. Certos de que tempos difíceis sempre virão, como vieram com grande força naquele ano de 2004, que estava para começar. Mas a promessa não é que seremos livres de problemas, tribulações e sofrimentos enquanto caminhamos pelos caminhos que Deus, nosso Pai, tem nos guiado. A promessa é que ele nunca nos desamparará, assim como um pastor não desampara suas ovelhas. Ele estará lá conosco, mesmo quando a escuridão da noite descer. Essa é a promessa em que temos que nos agarrar.
Lembrando sempre que o caminhar juntos e viver em comunhão só faz sentido quando caminhamos para algo. E que cristo seja através do qual e para onde caminhamos. Que aprendamos a olhar para nosso próximo com os olhos DEle, através do amor.
Fiquem na paz
Du

Friday, December 01, 2006

Ah..... a ABUSCar e também “tem horas que a gente se pergunta por que é que não se junta tudo numa coisa só?”




O que me SURPREENDE a cada dia é que realmente Deus sempre pode nos SURPREENDER e foi essa a minha sensação mais viva no peito durante a reunião (dia 30/11/2006) dos estudantes que participam da Aliança Bíblica Universitária (ABU) em São Carlos, onde o grupo é chamado ABUSCar.

Depois de um ano de algumas alegrias, mas também de muitas lutas, angústias e sentimentos de desânimo, nos reunimos para pensar e sonhar com novas coisas para a ABUSCar no ano que vem. Um momento também de cada um se perguntar se ainda vale a pena continuar.

Mas mais que uma reunião para discutir organização, atividades e programações, foi um encontro de pessoas, de vidas, de sentimentos. Ah, sentimentos..!!! Sentimento de que vale a pena continuar a viver, partilhar e compartilhar do amor verdadeiro. “Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos” [1].

E naquelas horas que se estenderam noite a fora podemos ver nossas esperanças sendo renovadas, nossas perguntas e dúvidas mais angustiantes sendo respondidas. A certeza de que ali estavam pessoas que ainda podem (e como podem!) sonhar juntas e partilhar da dor e da alegria de se viver, tentar, continuar. Viver em comunhão.

Comunhão que dá espaço para a alegria e a tristeza, o sucesso e o fracasso, a certeza e a dúvida, a organização e a bagunça, a esperança e o desânimo, a coragem e o medo, a força e a fraqueza. Comunhão que dá espaço para ser, retirar as máscaras e abraçar a honestidade.

“A honestidade põe um fim no faz-de-conta através de um franco reconhecimento da nossa frágil humanidade. È sempre desagradável, e com freqüência doloroso, e é por isso que não somos muito bons nisso. Mas sustentar a verdade diante de Deus e uns dos outros tem uma recompensa única. Sei algo extremamente precioso. Estou em contato comigo mesmo como sou”. [2]

E é exatamente quando as máscaras vão caindo é que estamos mais aptos a nos encontramos ‘um no outro e o outro no um’. Aí percebermos que a dor do outro, também deveria ser a minha dor e na verdade é. Percebermos que no final das contas Deus nos criou para sermos uma coisa só. Não uniformes, mas unidos.

E foi nessa grande festa de comunhão, que nosso amigo Thiago (o Mouse), de maneira inspirada, compilou todas as informações - falas, desabafos e frases espontâneas e carregadas de sentimentos - das pessoas presentes na reunião, numa coisa só. Até porque “tem horas que a gente se pergunta por que é que não se junta tudo numa coisa só?” [3].

“1) ESSE ANO EU...
to fazendo um monte de trabalho da faculdade, provas, STRESS amargura, falta de devocional, sensação de que falta pouco, preciso terminar as disciplinas, projeto... dor de dente, gastrite, dislexia, DDA, HA, dissertação, CULPA.... não levei a sério, vale a pena? valeu a pena? amadureci, foi um turbilhão: decisões desafios, distâncias, casanova... vida de maltrapilho certo? baita cansaço, fui mal, tive questoes interiores, to trabalhando, foi mto loco! eu cancelei a materia!, PRESSAO, mudança, casa pra Pandora gravida, ate tem mta coisa pra fazer mas tah tranquilo, preciso organizar melhor meu tempo, ah... foi tranquilo: crise, deixo tudo pra ultima hora, minha irma tah ai... CHEGUEI em sao carlos... SUMI! crise espiritual e academica, fui pro chile, senti falta de amizades, entrei pro mestrado pra adiar minha preocupaçao com emprego, esse ano? deixa eu ver... to soh pendente em uma materia eu acho, a gradução tah indo bem eu acho, tive problemas, morar com minha irma veterana eh bom... não parei pra pensar nas coisas, eu fiz tudo menos graduaçao, voluntaria do doutorado, do zoologico, cursinho, professora, coordenaçao, CRISE de convicção inclusive, tentei fazer a minha parte sabe, foi trash, a água tah batendo no popô...
2) PRO ANO QUE VEM EU...
quero acabar a graduação!!! um casamento quem sabe, quero ver mais envolvimento da galera... diretoria nova, recepçao dos bixos... grupo campus II, vida do Dom Juan... do Mineiro... tenho planos pra janeiro... SONHOS, igreja, IPL2007, preciso rever minhas prioridades, escrever uma boa dissertação, ler mais, ir bem nas disciplinas. .. participar +, motivar +, ajudar +, DESAFIOS... conhecer a região, fazer contatos, PUTZ! Seja o que Deus quiser! um intercambio, a republica vai acabar, onde vou morar? ateh queria casar, queria ir pra algum país... nao sei qual... sei lah, Ah... continuo no mestrado! infelizmente os problemas de coração vão aumentar, vou tratar deles, vou comprar um barco, quem sabe participar mais da ABU? quem sabe um trainee? eh verdade!!! os planos pro futuro! quero organizar minhas ferias, se nada mudar vai continuar a mesma coisa... quero encontrar um equilibrio entre projetos e graduaçao, mas ano que vem tem prjeto novo... eu nao sei o que vou fazer, se eu acreditar eu compro a causa...
3)É DIFÍCIL PORQUE...
preciso conhecer pessoas, falta devocional, PERAÍ Deus!!!, falo que tudo é solução... menos Jesus, conheço pouco... não ando com Deus, tenho a sensação de que não estou fazendo o meu melhor mas que estou fazendo o que eu posso, QUE QUE EU FIZ? pensam que é loucura... que eh besteira, soh quero que Deus abençoe... mas como começar? criar oportunidades? O QUE FALAR!!! acompanhar pessoas... tento ser o que não sou, falta naturalidade, me sinto obrigado... se um dia isso fizer sentido pra mim...” [4]

É por essas, e principalmente por essas, coisas que vale a pena viver e que sempre ‘o distante seja nosso vizinho’. Prossigamos vivendo abundantemente em amor segundo aquele que disse “Vim para que tenham vida e a tenham em abundância” [5], Jesus Cristo, meu parceiro e camarada.

“Quando juntarmos... você comigo... Cordão umbilical e umbigo
A gente vai ser só um
E até lá eu não vou caminhar mais sozinho
O distante será meu vizinho... e o tempo será...
A hora que eu quiser!! Horas!!
Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?” [3]


É isso. Vivamos.
Du – muito grato por ontem a noite.

[1] Texto Bíblico - I Carta de João, capítulo 3, versículo 16.
[2] Brennan Manning – Livro: “O Evangelho Maltrapilho”
[3] Fernando Anitelli - O Teatro Mágico. Música: ‘O tudo é uma coisa só’.
[4] Pessoas abuscar. Compilado por Thiago Rodgers.
[5] Jesus Cristo. Evangelho de João, capítulo 10, versículo 10.

Monday, November 27, 2006



"Ao mestre, com carinho!"






Durantes três semanas, entre dezembro de 2005 e janeiro de 2006, essa galerinha se conheceu e se juntou com um unico objetivo: trabalhar no Congresso Missionário da ABU (Aliança Bíblica Universitária) - o MIssão 2006. Saímos de lugares, universidades, sotaques, familias e igrejas diferentes e por três semanas nosso dia a dia se tornou comum. Literalmente tinhamos tudo em comum: casa, comida, tempo, devocional, objetivo, etc. Quando o missão terminou (ou melhor começou pra valer) com o encerramento do congresso, cada um tomou seu rumo, mas continuamos com o principal em comum - uma só fé num único Deus, certos de que tudo que vivemos juntos valeu muito a pena e estará para sempre vivo em nossas memórias.

Segue um texto que escrevi dias após o término do congresso. Com a saudade do pessoal batendo forte no coração, relembro de tudo que aprendi nos momentos preciosos que a equipe Quibão - os famososo azuizinhos - esteve junta . Aos queridos mestres, com carinho:




"Destes tempos que passamos jntos enquanto equipe de logística do quibão, uma coisa me chamou a atenção enquanto cantávamos a música 'Tanta Coisa Boa' e repetiamos os gestos que o Bruno Barreto criava para cada palavra. Quando cantávamos o verso 'amigos, flores e professores', apontávamos para os outros ao pronunciar a palavra 'professores', e isso me fez refletir um pouco no significado e na importancia daquele gesto se tornar uma constante em nossas vidas. Parei parei para refletir sobre a imprtancia de olhar para o outros sob os olhos do aprendizado, de encarar o proximo como alguém que tem algo importante a nos ensinar.

Em nossas vidas, na maioria das vezes, estamos acostumados a olhar para os outros e julgá-los pelos seus por aquilo que não nos é comum, pelas suas diferenças, por seus defeitos, por suas escolhas erradas, pelos seus deslises, e não para suas virtudes e dons depositados no íntimo do ser quando Deus os criou e os moldou.

Frases como 'Aquela é a moça que casou grávida!', 'Aquele pastor traiu sua esposa a dois anos atrás!', 'Aquele menino tão bonito é homessexual!', 'Aquele irmã é muito chata quanto a altura do louvor!', 'A líder dos jovens as vezes perde a paciencia e é grossa' e 'Aquela seminarista é muito timida e não tem o dom da Palavra', são exemplos de julgamentos que podem vir a nossa mente quando vemos o outro pelos olhos da não-graça, mesmo que o outro esteja fazendo algo de bom e já tenha superado seus erros.

Os olhos da graça não nos faz aceitar e compactuar com os erros das pessoas, mas os tira do foco de nosso olhar e coloca em seu lugar o valor inerente de casa ser humano. Isto, além de mudar a maneira como nos relacionamos com os outros, nos dá a oportunidade de encarar o meu proximo como aquele que pode me ajudar e me ensinar a me tornar uma pessoa mais parecida com Cristo.

Confesso que olhando para algumas pessoas que nos deparamos por aí, me pergunto se realmente elas têm alguma virtude. Penso que é difícil amá-las. Mas, uma coisa que tem vindo a minha mente é que Jesus olha para essa pessoa com o mesmo amor que ele olha as pessoas a quem eu admiro tanto e chego a conclusão de que essa atitude de amor só é possível sob os olhos da graça.

Em compensassão, conviver com pessoas tão especiais e graciosas como voces da equipe de logítica do Missão 2006, torna a tarefa de amá-las e admirá-las fácil. Ver ali tantas virtudes reunidas em cada jeito de ser foi um intenso aprendizado para mim. A doçura de Ariadna, a simplicidade do Fred, a simpatia do Humberto, a serenidade da Livia, o jeito carinhoso da Kesia e todo o jeito quibão de ser de cada um dessa equipe maravilhosa me ensinaram muito.

Mas, como nem tudo são flores, agora, devolta ao mundo real e aos problemas do dia a dia, pode ser que as virtudes das pessoas não saltem tão aos meus olhos assim como nesses dias com voces da logística, mas sei que mesmo assim é possivel enxergar virtudes nas pessoas e aprender a ser um pouquinho melhor através delas".



É isso..
Valeu a pena he he... : P
Du

Friday, November 17, 2006


"Palhaço é um homem todo pintado de piadas" (Anitelli)

"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !" [Los Hermanos]


"Vai Vai Vai começar a brincadeira. Vem Vem Vem ver o circo de verdade Tem, tem, tem brincadeira e amizade..."

"Os opostos se distraem. Os dispostos se atraem"

“O palhaço é um ser disposto. O palhaço é aquele ser sempre a fim de realizar coisas, de produzir. Seja para dar certo, para dar errado, ele está no meio, ele tá brincando, ele participa”.
(Fernando Anitelli - em entrevista à radio CBN )



"Vejam só
Que história boba eu tenho pra contar
Quem é que vai querer acreditar
Eu sou palhaço sem querer

Vejam só
Que coisa incrível o meu coração
Todo pintado nessa solidão
Espera a hora de sonhar
Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam o bem e o mal
Onde a farsa de um palhaço é natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei o amor e o sonho sem saber
Que o palhaço pinta o rosto pra viver

Vejam só e há quem diga que o palhaço é
Do grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam o bem e o mal
Onde a farsa de um palhaço é natural"
(Sonhos de Um Palhaço - Antônio Marcos)


"O teatro mágico é o teatro do nosso interior...
a história que contamos todos os dias
e ainda não nos demos conta...
as escolhas que fazemos em busca dos melhores atos,
dos melhores sabores,
das melhores melodias e dos melhores personagens
que nos compõem,
as peças que encenamos e aquelas que nos encerram...
... nosso roteiro imaginário é a maneira improvisada
de viver a vida...
de sobreviver o dia, de ressaltar os tombos e relançar as idéias,
o teatro nosso de cada dia..."
(Fernando Anitelli - O Teatro Mágico)

Wednesday, October 18, 2006

"Eu não sei na verdade quem eu sou"


Mesmo sem saber ao certo quem eu sou e mesmo já tendo tentado muitas vezes calcular o meu valor, tenho aprendido a caminhar mais tranquilo, respirar liberdade, não me desesperar por não ter todas as respostas, desfrutar do aconchego daqueles que me são queridos e descobrir o paraíso de onde eu estou.

Como diria Xavier, personagem principal do filme Albergue Espanhol, "Não sou um, mas muitos. . . Sou uma confusão ". Sou um pouquinho de cada pessoa que passou pela minha vida, sou um pouquinho de cada pessoa que graciosamente faz parte da minha vida. Mas sem tantas confusões e devaneios, sou apenas o menino de olhos brilhantes, mãos nos bolsos e gravata borboleta da foto abaixo. Emprestando mais uma vez a frase do personagem Xavier.. só "a ele que não quero decepcionar".

E seguirei, tavez ainda sem saber na verdade quem eu sou, mas vivendo abundantemente segundo aquele que disse:

"Vim para que tenham vida e a tenham em abundância". (Jesus, meu parceiro e camarada)




"Eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso
e o meu paraíso é onde estou
Por que a gente é desse jeito?
criando conceito pra tudo que restou
Meninas... são bruxas e fadas
Palhaço é um homem todo pintado de piadas
Céu azul é o telhado do mundo inteiro
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro
Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso...
e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei... na verdade quem eu sou
Descobrir... da onde veio a vidapor onde entrei...
deve haver uma saída
e tudo fica sustentado... pela fé
Na verdade ninguém... sabe o que é
Velhinhos são crianças nascidas faz tempo
com água e farinha colo figurinha e foto em documento
Escola! É onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração
Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro sorriso...
e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei... na verdade quem eu sou
Descobrir que a cada segundo
tem um olho chorando de alegria e outro chorando de luto
tem louco pulando o muro, tem gente pegando doença
tem gente rezando no escuro, Tem gente sentido ausência
Meninas... são bruxas e fadas
Palhaço é um homem todo pintado de piadas
Céu azul é o telhado do mundo inteiro
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro".
(Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli)

Monday, October 09, 2006

Novos e velhos, velhos novos, novos velhos.


Esses tem sido novos dias e penso realmente que um novo tempo começou para mim. Novos tempos trazem coisas novas, fôlego novo e também novos pesares. Novas alegrias, novos questionamentos, nova forma de encarar o mundo e nova forma de pisar o chão.
É, o novo é realmente mágico, mas também incerto. Com eles, velhos valores são colocados a prova, velhos valores são colados pra fora, velhos valores continuam a fazer parte desta hora.
Repensar o caminho antes trilhado com toda a certeza não é fácil, assusta, dá medo.
Os velhos sapatos parecem apertados, as golas das camisetas estão esticadas, os cálculos não são mais exatos e a certeza resolveu utilizar o benefício da dúvida.
Velhas perguntas, novas respostas. Novas perguntas, velhas respostas. Algumas perguntas, velhas ou novas, ainda sem nenhuma resposta.
O velho e o novo que insistem em caminhar de mãos dadas dentro da gente. Cada um com seu jeito de ser presente. Presente no passado, presente no presente. Certos velhos, mais que presentes. Mas, que presentes! Presentes dos presentes. Afinal “mudaram as estações, (...) mas nada vai conseguir mudar o que ficou [1]”.

Seguem algumas outras expressões , velhas ou novas, do tempo:
(trechos de duas músicas)

... de ontem em diante
(Fernando Anitelli)

De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada ]
[ são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro?
o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
(...)
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem



Anacrônico
(Pitty e Graco)

É claro que somos as mesmas pessoas
Mas pare e perceba como seu dia-a-dia
mudouMudaram os horários, hábitos, lugares
Inclusive as pessoas ao redor
São outros rostos, outras vozes
Interagindo e modificando você
E aí surgem novos valores,
Vindos de outras vontades,
Alguns caindo por terra,
Pra outros poderem crescer
Caem 1, 2, 3, caem 4,
A terra girando não se pode parar.,
Outras situações em outras circunstâncias,
Entre uma e outra as vezes surgem mesmos defeitos,
Todas aquelas marcas do jeito de cada um,
Alguns ainda caem por terra,
Pra outros poderem crescer.


É isso aí galera.
Du

[1] Renato Russo. Música Por enquanto

Tuesday, October 03, 2006


Moinhos de Vento

Seguem techos do encontro de D. Quixote com os moinhos de ventos:

- A aventura nos vai guiando melhor as coisas do que pudéramos desejar; ali estão, amigo Sancho Pança, trinta desaforados gigantes, ou pouco mais, a quem penso combater e tirar-lhes, a todos, as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; será boa guerra, pois é grande serviço prestado a Deus o de extirpar tão má semente da face da terra.

- Que gigantes? - inquiriu Sancho Pança.

- Aqueles que vês ali, com grandes braços - respondeu-lhe o amo; - alguns há que os têm de quase duas léguas.

Com certeza não eram gigantes que o Cavaleiro da Triste Figura mostrava ao seu fiel escudeiro Sancho Pança, eram moinhos de ventos!

Fonte: http://www.socultura.com/socultura-literatura3.htm


"Tudo bem...até pode ser que os dragões sejam moinhos de vento"
(Engenheiros do Hawaii - D. Quixote)


Ultimamente tenho pensado muito a respeito dos dragões que me cercam e me perseguem, que me deixam vulneráveis e com medo, que surgem nos meus diálogos. É, realmente pode ser que os dragões só sejam e simplesmente sejam moinhos de ventos. Talvez realmente as coisas sejam mais simples, que nós sejamos mais simples e que viver seja simplesmente simples. É claro que a simplicidade absoluta também é um ilusão, tanto quanto os dragões, mas que não façamos de nossas complicações o motor de nossa vida.
É certo que a vida não é simples e viver é perigoso, mas que não nos percamos nas profundezas de nosso egocentrismo e busca desenfreiada pela perfeição e ausência de conflitos e crises; que não nos percamos nas lutas com os supostos dragões de nossa existência. Que saibamos valorizar a simplicidade, pois no final das contas são as pequenas coisas as mais importantes.

Cada dia, um passo de cada vez
pequenos gestos, significados profundos
um sorriso inocente de uma criança
o calor de entes queridos
gracejos e cafunés do Papai
e o boa noite e o fica com Deus de um amigo querido
a graça de ser aceito com toda a minha humanidade
a sabedoria de gente humilde
os olhos brilhantes dos sonhadores
a liberdade de simplesmente ser
viver, desfrutar, amar, ouvir
falar mais baixo e escutar
cuidar, partilhar, carregar, deixar ser carregado
abraçar, cativar, viver perto de alguém


Du

Monday, September 11, 2006

Hoje eu só quero que o dia termine bem



Simples Desejo
(Jairzinho Oliveira eDaniel Carlomagno)

Que tal abrir a porta do dia
Entrar sem pedir licença
Sem parar pra pensar
Pensar em nada...

Legal ficar sorrindo à toa
Sorrir pra qualquer pessoa
Andar sem rumo na rua

Pra viver e pra ver
Não é preciso muito
Atenção, a lição
Está em cada gesto
Ta no mar, ta no ar
No brilho de seus olhos
Eu não quero tudo de uma vez
Eu só tenho um simples desejo

Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem




"Eu fico
Com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus eu sei, eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita"
(Gonzaguinha)

Sunday, September 10, 2006

A noite é muito longa

Me lembro da época em que as noites eram muito longas e que o que eu mais esperava era poder adormecer e ver o dia amanhecer. Uma pessoa pode se sentir assim por vários motivos (medo, solidão, insegurança, etc.), mas o que mais se busca nestes instantes é alguém ou algum motivo que justifique a vida e dê segurança.

Com 10 anos de idade o que minha lógica alcançava é que uma loja 24 horas ou um telejornal apresentado ao vivo durante a madrugada pudesse significar que existia "alguém no mundo".

Foi então que descobri e tenho descoberto a cada dia que "Deus está sempre perto, amigo, abraço aberto" e que Cristo é esse alguém, o motivo mais importante, e que justifica a vida em todos os instantes.

Posto aqui duas músicas que falam sobre longas noites e que parecem dialogar: "Lágrimas e Chuva" e "Quando se está só". Embora a música de Sérgio Pimenta provavelmente tenha sido escrita antes da música gravada pelo Kid Abelha, ela parecer responder a pergunta "Será que existe alguém ou algum motivo importante que justifique a vida ou pelo menos este instante".


Lágrimas e Chuvas - Kid Abelha
(Composição: Leoni, Bruno Fortunato e George Israel)

Lá..ra..ra..ra..ra..ra..ra..ra..ra..
Eu perco o sono e choro
Sei que quase desespero
Mas não sei por que

A noite é muito longa
Eu sou capaz de certas coisas
Que eu não quis fazer
Será que alguma coisa,
Nisso tudo faz sentido,
A vida é sempre um risco
Eu tenho medo

Lagrimas e chuva
Molham o vidro da janela
Mas ninguém me vê
O mundo é muito injusto
Eu dou plantão dos meus problemas
Que eu quero esquecer

Será que existe alguém
Ou algum motivo importante
Que justifique a vida
Ou pelo menos este instante

Eu vou contando as horas
E fico ouvindo passos
Quem sabe o fim da história
De mil e uma noites
De suspense no meu quarto

Eu perco o sono e choro
Sei que quase desespero
Mas não sei por que
Não sei por que

A noite é muito longa
Eu sou capaz de certas coisas
Que eu não quis fazer
Quiz fazer
Será que existe alguém no mundo?

Eu vou contando as horas
E fico ouvindo passos
Quem sabe o fim da história
De mil e uma noites de suspense no meu quarto
No meu quarto....
Lá..ra..ra..ra..ra..ra..ra..ra..


Quando se está só
(Letra: Sérgio Pimenta / Música: Nelson Bomilcar)

Quando se está só, o silêncio é mais profundo,
As noites são mais longas, o frio mais intenso;
E até a própria sombra parece estar mais junta,
Como se soubesse quando se está só.

Quando se está só, um grito é desespero,
Sussurro é loucura, o estalo mete medo;
E a mão forte aparece e está sempre nos sonhos,
Eternos pesadelos quando se está só.

Quando se está só, se está porque deseja,
Pois ele com certeza não foge de ninguém;
Deus está sempre perto, amigo, abraço aberto,
Convida a ir com ele pra não mais estar só.
Pra não mais estar só.

Thursday, September 07, 2006

Apenas Relatos



Esse texto foi escrito no meio do segundo semestre de 2005, meu ultimo semestre como estudante de graduação na Unesp de Rio Claro. Ele reflete como estava me sentindo ao me deparar com o término do meu curso, as expectativas de mudanças e as lembranças do período de 4 anos que se findava. Primeiramente ele foi escrito como um e-mail para amigos. Eis ele a seguir:

>>>>>>>

Este e-mail é dedicado àqueles que têm paciência para meus longos e-mails... : )
Queria deixar para escrever isso depois, qdo pudesse falar mais coisas.. Mas, ás vezes, devemos fazer as coisas de amanhã hoje. Por que e quais coisas? Aí jah naum sei. Mas na hora a gente sempre sabe. Enfimx, segue meus relatos que resolvi entitular de APRENDENDO A APRENDER. Qualquer semelhança com a estrutura (não o conteúdo é claro) do texto I have learned de Wiliam Shakespeare não é coinscidência, embora não tenha me dado conta disso enquanto escrevia. A primeira coisa que aprendi é que sou um pouco influenciável, pois gosto muito desse texto.


Aprendendo a aprender

Estou terminando a faculdade e indo embora de Rio Claro. Quando se está para deixar algo você fica conseqüentemente mais pensativo e passa a reavaliar as coisas. Desde de aqui cheguei muita coisa se passou. Coisas das quais me orgulho, outras das quais me envergonho. Coisas que muitas pessoas sabem, coisas que poucas sabem. Na balança, ainda ficam as experiências positivas e posso falar que esta tem sido a melhor época da minha vida. Aprendi o valor da amizade e como se deixar ser conhecido é importante, deixar nossas máscaras de super-heróis e mostrar nosso rosto abatido das lutas do dia a dia. Aprendi que não se pode ter sempre as pessoas queridas ao seu redor, mas que você pode fazer queridas as pessoas que agora estão com você e lembrar com carinho das que, por algum motivo, se foram ou se afastaram um pouco (pessoas têm tempos diferentes: tempo de se achegar e tempo de afastar). “Mas o importante é ouvir a voz que vem do coração” “por mais que o tempo e a distância digam não”, amigos nasceram para ser para sempre. Aprendi que o melhor conselho a se dar ou a se seguir é “se cuida”. “Se cuida” porque nem tudo é tão momentâneo como parece e as marcas podem demorar a sumir quando agimos sem cuidado ou quando nos calamos sem cuidar. Aprendi que a vida é feita de escolhas e que isso é um pouco difícil para uma pessoa indecisa, mas que apesar de tudo se pode fazer de cada decisão uma lição. Aprendi que a coisa mais dura para um moralista é fazer algo que nunca imaginou fazer e descobrir que se é muito mais pecador do que já chegou a imaginar. Aprendi que depois de se decepcionar consigo próprio você pode fazer duas coisas: chorar pelo resto da vida ou abandonar sua falsa santidade e moralismo e olhar para aquele que é realmente santo – Jesus – e que te ama do mesmo jeito e apesar de tudo. Aprendi que quando uma pessoa chora no seu ombro não é porque ela quer que você diga a palavra correta e oportuna, mas sim que ela simplesmente quer que você a deixe ficar ali e escute suas palavras soluçadas. Aprendi que o medo pode nos paralisar, mas que o passo adiante, mesmo que trêmulo, pode ser o caminho para a libertação. Aprendi que não é preciso ser bom para fazer a vontade de Deus, é preciso apenas dizer sim, sem reservas. E que Deus pode usar inclusive nossas cicatrizes para ajudar alguém. Aprendi que fazer a diferença na vida das pessoas é uma decisão que pode andar do lado oposto dos nossos próprios interesses e que chega um momento na vida que se tem que escolher o que realmente é importante. Aprendi que nadar contra a correnteza não é fácil nem atraente, porém muitas vezes necessário. Aprendi que não se pode acertar sempre, mas que se pode aprender com os erros e que o que define quem chega à linha de chegada não é o tanto que se acerta ou erra, mas a atitude de seguir em frente quando tudo parece normal ou quando nada mais faz sentido. Aprendi que o segredo não está no que se faz, mas sim em como se faz, e que não devemos esperar o peso da responsabilidade passar dos ombros de outrem para o nosso para que comecemos a ajudar, pois não há nada mais pesado do que carregar uma responsabilidade sem ter ninguém para ajudar. Aprendi que nenhuma dor deveria ser sentida sozinha e que somos muito mais responsáveis uns pelos outros do que imaginamos. Aprendi que o melhor caminho a se seguir é o amor e que só ele nos trará a verdadeira satisfação. Aprendi que se pode aprender tudo isso de várias formas e que a minha não foi a menos dolorida e nem a mais atraente, mas que o que realmente importa é o que se aprende e o que se faz com isso depois.

Relatos de alguém que sentiu na pele cada frase aqui escrita e que agora fazem todo sentido. Alguém que ainda tem a vida inteira para aprender e que espera não errar mais tanto para APRENDER.


Du













Foto: Que as lutas do dia a dia e as lições a serem aprendidas não apaguem os olhos brilhantes do menino.