Thursday, February 01, 2007

Como uma criança....

(Olive – Filme: Little Miss Sunshine)

Se hoje me pedissem uma dica de filme, com certeza diria Pequena Miss Sunshine. Uma boa comédia, dessas difíceis de se ver. Mas não vou falar do filme, afinal não existe coisa mais chata do que gente contando filme, principalmente quando a gente não assistiu.

Mas vendo o filme, a pequena Olive me fez pensar sobre muitas coisas. Em meio a uma família no mínimo doida, ela é assim, uma criança. Do jeito de ser simples e honesto, e ao mesmo tempo não superficial. É claro que com o bombeamento de informações, boas e más, manipuladoras ou não, nem sempre se encontram crianças assim. Mas a pequena Olive me fez visitar a criança que ficou lá trás, debaixo de muitos dias, meses e anos que joguei sobre ela.

Umas das coisas que me veio à mente enquanto via o filme, foi a passagem Bíblica que Jesus pede para que os discípulos deixem as crianças se achegarem a ele. É, crianças!!!

“Traziam-lhe também as crianças, para que as tocasse; mas os discípulos, vendo isso, os repreendiam. Jesus, porém, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de modo algum entrará nele”.
(Evangelho de Lucas, Capítulo 18, versos de 15 à 17)

Nessa busca e reconciliação com a criança que existe dentro da gente, deixo aqui dois depoimentos que eu retirei do filme “Doutores da Alegria”. É muito massa ver como as figuras da criança e do palhaço se casam bem. Deixo também uma música intitulada “oito anos”, composta por Dunga e Paula Toller. Na musica os autores “se contentam em brincar com as perguntas”. Assim como a criança e o palhaço. E daí me vem a frase do Fernando Anitelli “Por que a gente é desse jeito? criando conceito pra tudo que restou”.


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(Depoimentos dos doutores da alegria)

“A essência do arquétipo do palhaço é a criança. Porque a criança é um ser que é livre de preconceito. Ela não prisioneira nem da lógica nem da razão. Para a criança não existe o ridículo. Ela só vive no presente. Não faz planos. Você vê... Ela é sempre 'O Pai.. eh quero isso aqui agora.. é já' Ela só vive aquele presente. E a gente para se relacionar com o outro sempre precisa de um rótulo. A gente sempre precisa de um preconceito.. de fazer um juízo daquilo. E a criança e o palhaço não. Eles tem incondicionalidade na sua maneira de lidar com o outro”.

“E por que que a gente escolheu o palhaço para trabalhar com essa questões? É porque talvez o palhaço seja o personagem mais apto a não trabalhar com as respostas. Ele se contenta em brincar com as perguntas assim...”


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Por que você é flamengo
E meu pai botafogo?
O que significa
"impávido colosso"?

Por que os ossos doem
Enquanto a gente dorme?
Por que os dentes caem?
Por onde os filhos saem?

Por que os dedos murcham
Quando estou no banho?
Por que as ruas enchem
Quando está chovendo?

Quanto é mil trilhões
Vezes infinito?
Quem é Jesus Cristo?
Onde estão meus primos?

Well, well, well
Gabriel...

Por que o fogo queima?
Por que a lua é branca?
Por que a terra roda?
Por que deitar agora?

Por que as cobras matam?
Por que o vidro embaça?
Por que você se pinta?
Por que o tempo passa?

Por que que a gente espirra?
Por que as unhas crescem?
Por que o sangue corre?
Por que que a gente morre?

Do que é feita a nuvem?
Do que é feita a neve?
Como é que se escreve
Ré...vei...llon

Well, well, well
Gabriel...

(Composição: Dunga / Paula Toller)



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É isso aí..
Bom resgate da criança

Du

1 comment:

Taisinha said...

Encontrar essa criança adormecida nos desperta para a séria comédia da vida. Desperta choros, risos, brincadeiras, inocências, transparências...
Eis a memória a carregar - a criança que fomos e o desafio de retornar.
Beijos...