Thursday, September 07, 2006

Apenas Relatos



Esse texto foi escrito no meio do segundo semestre de 2005, meu ultimo semestre como estudante de graduação na Unesp de Rio Claro. Ele reflete como estava me sentindo ao me deparar com o término do meu curso, as expectativas de mudanças e as lembranças do período de 4 anos que se findava. Primeiramente ele foi escrito como um e-mail para amigos. Eis ele a seguir:

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Este e-mail é dedicado àqueles que têm paciência para meus longos e-mails... : )
Queria deixar para escrever isso depois, qdo pudesse falar mais coisas.. Mas, ás vezes, devemos fazer as coisas de amanhã hoje. Por que e quais coisas? Aí jah naum sei. Mas na hora a gente sempre sabe. Enfimx, segue meus relatos que resolvi entitular de APRENDENDO A APRENDER. Qualquer semelhança com a estrutura (não o conteúdo é claro) do texto I have learned de Wiliam Shakespeare não é coinscidência, embora não tenha me dado conta disso enquanto escrevia. A primeira coisa que aprendi é que sou um pouco influenciável, pois gosto muito desse texto.


Aprendendo a aprender

Estou terminando a faculdade e indo embora de Rio Claro. Quando se está para deixar algo você fica conseqüentemente mais pensativo e passa a reavaliar as coisas. Desde de aqui cheguei muita coisa se passou. Coisas das quais me orgulho, outras das quais me envergonho. Coisas que muitas pessoas sabem, coisas que poucas sabem. Na balança, ainda ficam as experiências positivas e posso falar que esta tem sido a melhor época da minha vida. Aprendi o valor da amizade e como se deixar ser conhecido é importante, deixar nossas máscaras de super-heróis e mostrar nosso rosto abatido das lutas do dia a dia. Aprendi que não se pode ter sempre as pessoas queridas ao seu redor, mas que você pode fazer queridas as pessoas que agora estão com você e lembrar com carinho das que, por algum motivo, se foram ou se afastaram um pouco (pessoas têm tempos diferentes: tempo de se achegar e tempo de afastar). “Mas o importante é ouvir a voz que vem do coração” “por mais que o tempo e a distância digam não”, amigos nasceram para ser para sempre. Aprendi que o melhor conselho a se dar ou a se seguir é “se cuida”. “Se cuida” porque nem tudo é tão momentâneo como parece e as marcas podem demorar a sumir quando agimos sem cuidado ou quando nos calamos sem cuidar. Aprendi que a vida é feita de escolhas e que isso é um pouco difícil para uma pessoa indecisa, mas que apesar de tudo se pode fazer de cada decisão uma lição. Aprendi que a coisa mais dura para um moralista é fazer algo que nunca imaginou fazer e descobrir que se é muito mais pecador do que já chegou a imaginar. Aprendi que depois de se decepcionar consigo próprio você pode fazer duas coisas: chorar pelo resto da vida ou abandonar sua falsa santidade e moralismo e olhar para aquele que é realmente santo – Jesus – e que te ama do mesmo jeito e apesar de tudo. Aprendi que quando uma pessoa chora no seu ombro não é porque ela quer que você diga a palavra correta e oportuna, mas sim que ela simplesmente quer que você a deixe ficar ali e escute suas palavras soluçadas. Aprendi que o medo pode nos paralisar, mas que o passo adiante, mesmo que trêmulo, pode ser o caminho para a libertação. Aprendi que não é preciso ser bom para fazer a vontade de Deus, é preciso apenas dizer sim, sem reservas. E que Deus pode usar inclusive nossas cicatrizes para ajudar alguém. Aprendi que fazer a diferença na vida das pessoas é uma decisão que pode andar do lado oposto dos nossos próprios interesses e que chega um momento na vida que se tem que escolher o que realmente é importante. Aprendi que nadar contra a correnteza não é fácil nem atraente, porém muitas vezes necessário. Aprendi que não se pode acertar sempre, mas que se pode aprender com os erros e que o que define quem chega à linha de chegada não é o tanto que se acerta ou erra, mas a atitude de seguir em frente quando tudo parece normal ou quando nada mais faz sentido. Aprendi que o segredo não está no que se faz, mas sim em como se faz, e que não devemos esperar o peso da responsabilidade passar dos ombros de outrem para o nosso para que comecemos a ajudar, pois não há nada mais pesado do que carregar uma responsabilidade sem ter ninguém para ajudar. Aprendi que nenhuma dor deveria ser sentida sozinha e que somos muito mais responsáveis uns pelos outros do que imaginamos. Aprendi que o melhor caminho a se seguir é o amor e que só ele nos trará a verdadeira satisfação. Aprendi que se pode aprender tudo isso de várias formas e que a minha não foi a menos dolorida e nem a mais atraente, mas que o que realmente importa é o que se aprende e o que se faz com isso depois.

Relatos de alguém que sentiu na pele cada frase aqui escrita e que agora fazem todo sentido. Alguém que ainda tem a vida inteira para aprender e que espera não errar mais tanto para APRENDER.


Du













Foto: Que as lutas do dia a dia e as lições a serem aprendidas não apaguem os olhos brilhantes do menino.

1 comment:

Anonymous said...

"Querido Deus, eu aposto que deve ser duro para Você amar todas as pessoas no mundo todo. Na nossa família somos apenas 4 e eu nunca consigo..." Nan(08 anos)