Wednesday, June 10, 2015

Olhando para a cruz

Olhando para a cruz




Nesta semana o olhar esteve fixo na cruz. Uma cruz com uma atriz transsexual, com a carne nua, na parada gay de Sâo Paulo. Uma cruz e uma transsexual, que juntos causaram escândalo e indignação em parte da população cristã. Uma cruz e uma transsexual, e líderes evangélicos inflamados, e a intolerância entre classes.

Uma história sempre tem muitos lados, muitas interpretações, muitos sentimentos e muitas opiniões. Há quem ache que é desrespeito. Há quem ache que é crítica coerente e pertinente.

O que é triste no entanto é ver cristãos ao meu ver ainda tão imaturos nas suas paixões religiosas. Na defesa dos seus valores, morais, costumes, preceitos, e convicções, deixam a indignação, a repulsa, o escândalo, tomarem conta do discurso. Não há diálogo, não há espaço para encontros. Há espaço apenas para o circulo vicioso da intolerância. De todos os lados. Hoje e amanhã. 

Acredito que neste momento não há nada melhor do que olhar para a cruz. Olhar para um Jesus que pregou primordialmente o amor e o perdão. Que ensinou a dar a outra face. Que ao ser torturado, massacrado, humilhado, esmagado, olhou para o Pai e disse "Pai, os perdoe, porque eles não sabem o que fazem". O mesmo Jesus que poderia ter usado sua natureza divina para aniquilar seus opressores, mas usou sua natureza humana para se submeter. Amando até o final.

Se olharmos para a cruz a nossa única resposta é o amor. Não importa se você acha o que aconteceu na parada gay um absurdo ou um protesto pertinente, à luz da cruz só há uma resposta: o amor.
E o parâmetro maior de amor para um cristão é o próprio Jesus: aquele que comia com os marginalizados, aquele que nâo condenou á mulher pega em adultério, aquele que sofrendo injustiça, pede o perdão para os seus opressores; aquele que quer o bem e não mal.

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