Sunday, June 28, 2015

Sem razão...





De você sabia quase nada
a parte do seu caminho na minha vida
menos ainda.

Ainda assim a expectativa, a incerteza,
e a ausência de noticias suas
deitaram-se sozinhas comigo na cama

Preocupação sem razão
amanhã sem então
esforço em vão
Pensão

Hoje, o seu corpo entrelaçado ao meu
A nossa nudez e mãos 
em harmonia e comunhão
deitam-se conosco na cama

A preocupação afinal,
ontem tão vil quanto em vão
Hoje receberia razão.



O cabelo na pele

Foi o cabelo que ganhou meus olhos?
Foi a pela morena?
Foi o cabelo na pelo morena 
ou o seu jeito de mexer o quadril?
Foi seu sorrido rasgado e despretensioso?
Ou foi a música, a noite, a bebida?

Ele dançou, ele sorriu! 




(Fonte: http://i.imgur.com/yhhTM7Z.jpg)

Wednesday, June 10, 2015

Olhando para a cruz

Olhando para a cruz




Nesta semana o olhar esteve fixo na cruz. Uma cruz com uma atriz transsexual, com a carne nua, na parada gay de Sâo Paulo. Uma cruz e uma transsexual, que juntos causaram escândalo e indignação em parte da população cristã. Uma cruz e uma transsexual, e líderes evangélicos inflamados, e a intolerância entre classes.

Uma história sempre tem muitos lados, muitas interpretações, muitos sentimentos e muitas opiniões. Há quem ache que é desrespeito. Há quem ache que é crítica coerente e pertinente.

O que é triste no entanto é ver cristãos ao meu ver ainda tão imaturos nas suas paixões religiosas. Na defesa dos seus valores, morais, costumes, preceitos, e convicções, deixam a indignação, a repulsa, o escândalo, tomarem conta do discurso. Não há diálogo, não há espaço para encontros. Há espaço apenas para o circulo vicioso da intolerância. De todos os lados. Hoje e amanhã. 

Acredito que neste momento não há nada melhor do que olhar para a cruz. Olhar para um Jesus que pregou primordialmente o amor e o perdão. Que ensinou a dar a outra face. Que ao ser torturado, massacrado, humilhado, esmagado, olhou para o Pai e disse "Pai, os perdoe, porque eles não sabem o que fazem". O mesmo Jesus que poderia ter usado sua natureza divina para aniquilar seus opressores, mas usou sua natureza humana para se submeter. Amando até o final.

Se olharmos para a cruz a nossa única resposta é o amor. Não importa se você acha o que aconteceu na parada gay um absurdo ou um protesto pertinente, à luz da cruz só há uma resposta: o amor.
E o parâmetro maior de amor para um cristão é o próprio Jesus: aquele que comia com os marginalizados, aquele que nâo condenou á mulher pega em adultério, aquele que sofrendo injustiça, pede o perdão para os seus opressores; aquele que quer o bem e não mal.

Monday, June 08, 2015

Tire o preconceito do berço!


Tire o preconceito do berço!



Quando o assunto é adotar uma postura responsável e sustentável para com a nossa sociedade e planeta, é comum ouvirmos apelos envolvendo as gerações que vão nos suceder. Não devemos usar os recursos que temos de forma irresponsável porque não somente nós sofreremos as consequências de nosso mau consumo, mas também (e principalmente) nossos filhos.

Embora eu particularmente não goste de apelos sensacionalistas, é preciso que nos atentemos para os fatos. E não podemos ser ingênuos e achar que nossas posturas irresponsáveis não deixarão heranças indesejadas e mesmo desastrosas.

E falando em atentar para fatos e heranças há algo extremamente óbvio que nossa sociedade míope parece ignorar: o preconceito de gênero e identidade sexual é algo que afeta a todos nós.

A verdade relevante é que toda vez que acolhemos um novo ser humano no nosso mundo, sociedade, família, ele não vem configurado pela internet. Isso significa que, independente do seu desejo ou preconceito, seu filho pode ser gay ou transgênero. Já parou pra pensar?

Não estou falando isso para por medo em você. Porque o medo já é o primeiro sinal do preconceito camuflado ou declarado. É só um fato.

Quase a totalidade dos gays passa exatamente por muitos percalços por conta da negação inconsciente (e muitas vezes consciente) desse fato. A família assume que a criança é hétero e muitas vezes cria um ambiente de angustia e sentimento de inadequação no desenvolvimento da criança.

Mas voltando ao fato. Se você não é gay, refletir sobre a possibilidade real de você ter um filho gay só pode trazer benefícios para você. Primeiro, isso pode te ajudar a repensar os seus próprios preconceitos e começar a lidar com eles. Como eu disse, o grau de incomodo dessa questão pode dizer muito de como você lida com as questões da sexualidade. Segundo, a reflexão quebra a lógica do eles versus eu. Ela aproxima todos da questão do gênero e da identidade sexual, e nos mostra que esta é uma questão relevante para todos nós. Nos mostra que combater o preconceito (o nosso e do outro) cabe a todos nós. E por fim, seu filho só tem a ganhar. Lidar com os seus próprios preconceitos o ajudará a dar uma educação mais humana para o seu filho, seja ele gay ou não.

Então tire o preconceito do berço do seu filho. A geração futura agradece e a nossa também.