Tempestade
Nesse post resolvi colocar um texto (que ouso chamar de poema) que intitulei de "Lá no fundo eu sei" (poema está no final do post depois da figura). Ele é fruto de algumas inquietações pelas quais tenho passado quando penso a respeito de como as vezes nos perdemos em nós mesmos, em tantas discussões, em tantas disputas, em tantas suspeitas. Nos perdemos do outro ao invés de nos encontrarmos no outro. É triste quando vivenciamos isso.
É incrível como as pessoas começam a ficar desumanizadas quando tentamos desvendá-las, julgá-las, analisá-las. Começamos a olhar para atitudes e nos esquecemos de que um coração bate e de que um peito sente frio por de trás de algumas atitudes erradas, outras precipitadas, outras fruto de um auto-engano. Perdemos pouco a pouco a capacitade de amar.
Quando alguém que nos é querido comete alguma atitude errada, o amor genuíno toca em nosso peito. Sentimos vontade de entender o que realmente se passou, o que levou àquela atitude desenfreiada. Nos colocamos em nossos lugares de companheiros e não de juízes. Porém, quando, ao invés disso, permanecessemos em nossos postos de olhares atentos, prontos para julgar (seja porque a pessoa não nos é querida ou outro motivo qualquer), nosso coração passa a bater mais gelado e colocamos a atitude acima do ser - da pessoa. Quando analisamos e julgamos, deixamos com que a figura humana da pessoa vá se esmaecendo em nossas mentes e corações. Acabamos por desumizar a pessoa que pratica/praticou a atitude com a qual não concordamos. E isso nos leva cada vez mais para longe do amor, num ciclo vicioso.
Talvez seja por isso mesmo que Jesus faz vários alertas nos registros dos evangelhos a respeito do perigo de se julgar o próximo. Pois esse é o caminho que nos leva para longe do amor, do primeiro amor - o amor por Cristo, de Cristo e que nasce em nós por meio de Cristo. E é para lá que devemos correr quando nos percebemos agitados e inquietos por causa de situações nas quais os personagens estão perdendo os rostos, as lágrimas e os sorrisos. Devemos correr para lá - para o primeiro amor - e deixar que ele renasça em nossas vidas e nos desvende os olhos para tanta humanidade ao nosso redor, que por se humana é também falha e passível de erros terríveis. Mas nem por isso deixa de ser alvo do amor, afeto e misericórdia de Deus, aquele que consegue enxergar um humano por de trás de uma prostituta, um cobrador de impostos e um fariseu hipócrita.
Quando nos perdemos desse amor genuíno e que enxerga além, por de trás das atitudes e preconceitos, nosso andar se torna árido de emoções e inundado de decepções. Temos ainda nossas boas causas e nossas bandeiras a levantar, mas os passos se tornam mais difíceis a cada centímetro, pois perdemos o foco. Vamos pouco a pouco nos perdendo do amor, nos perdendo em nós mesmos e nos perdendo do outro. Vamos caminhando já cegos e percebemos então estar perdidos. E é esse o sentimento que despertou o texto que escrevi abaixo - Lá no Fundo eu sei.
Deixemos que a tempestade enganosa de nosso coração vá se dissipando e que a verdadeira luz ocupe nossas mentes e corações.
As trilhas sonoras, por coincidência,
Vibraram menos naquela freqüência
Que perdeu o ritmo e a emoção
Estremecendo nossos compassos
Confundindo as notas da canção
Optamos, mesmo assim, por não desistir
Fazer valer e tentar seguir
O conhecido e famoso dito popular
Desesperar jamais
Entregar o jogo, nem pensar!
Mas agora os pés vacilam
A alegria e o ânimo sumiram
Os lábios dão sorrisos entristecidos
E os abraços tímidos nem de longe lembram
A plenitude dos beijos embevecidos
Talvez tenhamos mesmo sido confundidos
Por modelos que hoje se mostram falidos
Rotas e caminhos que nos têm levado
Para longe Daquele que é conhecido
Simplesmente por ter amado
Hoje não sei ao certo qual caminho trilhar
Talvez parar, seguir ou mesmo voltar
Mas lá no fundo eu sei
Que o porto seguro é o primeiro amor
Sim, é para lá que eu seguirei
É incrível como as pessoas começam a ficar desumanizadas quando tentamos desvendá-las, julgá-las, analisá-las. Começamos a olhar para atitudes e nos esquecemos de que um coração bate e de que um peito sente frio por de trás de algumas atitudes erradas, outras precipitadas, outras fruto de um auto-engano. Perdemos pouco a pouco a capacitade de amar.
Quando alguém que nos é querido comete alguma atitude errada, o amor genuíno toca em nosso peito. Sentimos vontade de entender o que realmente se passou, o que levou àquela atitude desenfreiada. Nos colocamos em nossos lugares de companheiros e não de juízes. Porém, quando, ao invés disso, permanecessemos em nossos postos de olhares atentos, prontos para julgar (seja porque a pessoa não nos é querida ou outro motivo qualquer), nosso coração passa a bater mais gelado e colocamos a atitude acima do ser - da pessoa. Quando analisamos e julgamos, deixamos com que a figura humana da pessoa vá se esmaecendo em nossas mentes e corações. Acabamos por desumizar a pessoa que pratica/praticou a atitude com a qual não concordamos. E isso nos leva cada vez mais para longe do amor, num ciclo vicioso.
Talvez seja por isso mesmo que Jesus faz vários alertas nos registros dos evangelhos a respeito do perigo de se julgar o próximo. Pois esse é o caminho que nos leva para longe do amor, do primeiro amor - o amor por Cristo, de Cristo e que nasce em nós por meio de Cristo. E é para lá que devemos correr quando nos percebemos agitados e inquietos por causa de situações nas quais os personagens estão perdendo os rostos, as lágrimas e os sorrisos. Devemos correr para lá - para o primeiro amor - e deixar que ele renasça em nossas vidas e nos desvende os olhos para tanta humanidade ao nosso redor, que por se humana é também falha e passível de erros terríveis. Mas nem por isso deixa de ser alvo do amor, afeto e misericórdia de Deus, aquele que consegue enxergar um humano por de trás de uma prostituta, um cobrador de impostos e um fariseu hipócrita.
Quando nos perdemos desse amor genuíno e que enxerga além, por de trás das atitudes e preconceitos, nosso andar se torna árido de emoções e inundado de decepções. Temos ainda nossas boas causas e nossas bandeiras a levantar, mas os passos se tornam mais difíceis a cada centímetro, pois perdemos o foco. Vamos pouco a pouco nos perdendo do amor, nos perdendo em nós mesmos e nos perdendo do outro. Vamos caminhando já cegos e percebemos então estar perdidos. E é esse o sentimento que despertou o texto que escrevi abaixo - Lá no Fundo eu sei.
Deixemos que a tempestade enganosa de nosso coração vá se dissipando e que a verdadeira luz ocupe nossas mentes e corações.
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (Evangelho de João, capítulo 1, versículos 1 a 5)
Lá no fundo eu sei
Ás vezes os sentimentos vem e vão
Vendaval, trovoadas e furacão
Neblina que o olhar obscurece
Ao dar a volta por baixo na
Queda que nem se reconhece
A esperança, eu sei, não morreu
Mas estremece como quem perdeu
O último bonde para a terra escondida
Cuja rota se dissolveu nas lembranças
E nas marcas da pele envelhecida
Ás vezes os sentimentos vem e vão
Vendaval, trovoadas e furacão
Neblina que o olhar obscurece
Ao dar a volta por baixo na
Queda que nem se reconhece
A esperança, eu sei, não morreu
Mas estremece como quem perdeu
O último bonde para a terra escondida
Cuja rota se dissolveu nas lembranças
E nas marcas da pele envelhecida
As trilhas sonoras, por coincidência,
Vibraram menos naquela freqüência
Que perdeu o ritmo e a emoção
Estremecendo nossos compassos
Confundindo as notas da canção
Optamos, mesmo assim, por não desistir
Fazer valer e tentar seguir
O conhecido e famoso dito popular
Desesperar jamais
Entregar o jogo, nem pensar!
Mas agora os pés vacilam
A alegria e o ânimo sumiram
Os lábios dão sorrisos entristecidos
E os abraços tímidos nem de longe lembram
A plenitude dos beijos embevecidos
Talvez tenhamos mesmo sido confundidos
Por modelos que hoje se mostram falidos
Rotas e caminhos que nos têm levado
Para longe Daquele que é conhecido
Simplesmente por ter amado
Hoje não sei ao certo qual caminho trilhar
Talvez parar, seguir ou mesmo voltar
Mas lá no fundo eu sei
Que o porto seguro é o primeiro amor
Sim, é para lá que eu seguirei
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