Saturday, August 25, 2007

Baú de confusões

As mesmas paisagens no caminho
Seguimos agora juntos, na mesma direção
Enquanto teu sorriso sincero
E o brilho do seu olhar
Mais e mais enamoram meu ser


Para te proteger, juras eu faria
Perigos também enfrentaria
Na escuridão da noite fria
Se quisesses iria ao teu lado
Até aquela nossa estação


Um engano, porém, paira entre nós
Quando falamos de baú
Palavras pesadas e desencontradas
Baú que é meu, pensas que é teu
Não entendo tamanha confusão


Se quisesses, abriria o meu baú
E lhe mostraria o tesouro ali contido
Encontrarias jóias que não se estimam
Colhidas em meio a sorrisos e lágrimas
Em dias repletos de significado


Mas a sua conversa me cansa
Quando falas de coisas que não conheces
Laçando olhares amargos e tristes
Sobre meu caminho, fé e esperança
Depositados todo dia no meu velho baú



O teu baú eu desconheço
Então não mais o confundas com o meu
Do que contas, o teu é sombrio
Cultiva mofo e teias de aranha
Desilusão, caminhos de decepção

Podemos falar de moda
Cantar velhas canções
Jogar conversa fora
Mas, por favor, não insistas mais
Em confundir nossos baús


O teu e o meu não são um
Apesar de terem a mesma cor
Viveram, porém, de maneiras diferentes
Por isso sei que a culpa não é sua
Mas já me cansei de toda essa confusão

Wednesday, August 22, 2007

Tempestade

Nesse post resolvi colocar um texto (que ouso chamar de poema) que intitulei de "Lá no fundo eu sei" (poema está no final do post depois da figura). Ele é fruto de algumas inquietações pelas quais tenho passado quando penso a respeito de como as vezes nos perdemos em nós mesmos, em tantas discussões, em tantas disputas, em tantas suspeitas. Nos perdemos do outro ao invés de nos encontrarmos no outro. É triste quando vivenciamos isso.

É incrível como as pessoas começam a ficar desumanizadas quando tentamos desvendá-las, julgá-las, analisá-las. Começamos a olhar para atitudes e nos esquecemos de que um coração bate e de que um peito sente frio por de trás de algumas atitudes erradas, outras precipitadas, outras fruto de um auto-engano. Perdemos pouco a pouco a capacitade de amar.

Quando alguém que nos é querido comete alguma atitude errada, o amor genuíno toca em nosso peito. Sentimos vontade de entender o que realmente se passou, o que levou àquela atitude desenfreiada. Nos colocamos em nossos lugares de companheiros e não de juízes. Porém, quando, ao invés disso, permanecessemos em nossos postos de olhares atentos, prontos para julgar (seja porque a pessoa não nos é querida ou outro motivo qualquer), nosso coração passa a bater mais gelado e colocamos a atitude acima do ser - da pessoa. Quando analisamos e julgamos, deixamos com que a figura humana da pessoa vá se esmaecendo em nossas mentes e corações. Acabamos por desumizar a pessoa que pratica/praticou a atitude com a qual não concordamos. E isso nos leva cada vez mais para longe do amor, num ciclo vicioso.

Talvez seja por isso mesmo que Jesus faz vários alertas nos registros dos evangelhos a respeito do perigo de se julgar o próximo. Pois esse é o caminho que nos leva para longe do amor, do primeiro amor - o amor por Cristo, de Cristo e que nasce em nós por meio de Cristo. E é para lá que devemos correr quando nos percebemos agitados e inquietos por causa de situações nas quais os personagens estão perdendo os rostos, as lágrimas e os sorrisos. Devemos correr para lá - para o primeiro amor - e deixar que ele renasça em nossas vidas e nos desvende os olhos para tanta humanidade ao nosso redor, que por se humana é também falha e passível de erros terríveis. Mas nem por isso deixa de ser alvo do amor, afeto e misericórdia de Deus, aquele que consegue enxergar um humano por de trás de uma prostituta, um cobrador de impostos e um fariseu hipócrita.

Quando nos perdemos desse amor genuíno e que enxerga além, por de trás das atitudes e preconceitos, nosso andar se torna árido de emoções e inundado de decepções. Temos ainda nossas boas causas e nossas bandeiras a levantar, mas os passos se tornam mais difíceis a cada centímetro, pois perdemos o foco. Vamos pouco a pouco nos perdendo do amor, nos perdendo em nós mesmos e nos perdendo do outro. Vamos caminhando já cegos e percebemos então estar perdidos. E é esse o sentimento que despertou o texto que escrevi abaixo - Lá no Fundo eu sei.

Deixemos que a tempestade enganosa de nosso coração vá se dissipando e que a verdadeira luz ocupe nossas mentes e corações.

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (Evangelho de João, capítulo 1, versículos 1 a 5)








Lá no fundo eu sei


Ás vezes os sentimentos vem e vão
Vendaval, trovoadas e furacão
Neblina que o olhar obscurece
Ao dar a volta por baixo na
Queda que nem se reconhece


A esperança, eu sei, não morreu
Mas estremece como quem perdeu
O último bonde para a terra escondida
Cuja rota se dissolveu nas lembranças
E nas marcas da pele envelhecida


As trilhas sonoras, por coincidência,
Vibraram menos naquela freqüência
Que perdeu o ritmo e a emoção
Estremecendo nossos compassos
Confundindo as notas da canção


Optamos, mesmo assim, por não desistir
Fazer valer e tentar seguir
O conhecido e famoso dito popular
Desesperar jamais
Entregar o jogo, nem pensar!


Mas agora os pés vacilam
A alegria e o ânimo sumiram
Os lábios dão sorrisos entristecidos
E os abraços tímidos nem de longe lembram
A plenitude dos beijos embevecidos


Talvez tenhamos mesmo sido confundidos
Por modelos que hoje se mostram falidos
Rotas e caminhos que nos têm levado
Para longe Daquele que é conhecido
Simplesmente por ter amado


Hoje não sei ao certo qual caminho trilhar
Talvez parar, seguir ou mesmo voltar
Mas lá no fundo eu sei
Que o porto seguro é o primeiro amor
Sim, é para lá que eu seguirei



Ivan e Paulo

Depois de algum tempo sem 'postar' nada no blog, resolvi colocar um devaneio da minha cabeça que se deu numa tarde de sábado - 14 de julho de 2007 - enquanto preparava alguns experimentos para o Workshop de Aprendizado de Máquina que eu participei em julho. Inicialmente mandei esse texto em forma de e-mail para a diretoria regional (SP/MS) da ABU - Aliança Bíblica Universitária - logo após termos partilhado de algumas dificuldades pelas quais passávamos, enquanto grupo e enquanto pessoas.

Como estávamos estudando a primeira carta de Paulo a Timóteo (I Timóteo) para o Curso de Férias da ABU - realizado em julho de 2007, fiz uma ponte (que está mais para uma viagem) entre partes da carta que falaram ao meu coração e a letra da música Novo tempo - Ivan Lins, que ouvi naquele sábado a tarde.

Segue o e-mail e o texto contido nele.


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OI pessoal....

Apesar das dificuldades,

Mantenhamos nossa esperança no Deus vivo.
"pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis". (I Timoteo 4:10)

e Joelhos no chao.
"ADMOESTO-TE, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens" (I Timoteo 2:1)

Pois os olhos do Senhor veem além.

Abaixo fiz um diálogo de I Timoteo com uma musica do Ivan Lins, que me fez pensar muito em tudo o que temos vivido e na esperança que tem que ser depositada no Deus vivo.

Viagens de sabado a tarde em meio a alguns experimentos computacionais que tenho que deixar pronto antes de viagem de fato.

abraços e amo vcs
Du


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Ivan Lins - Novo Tempo


No novo tempo, apesar dos castigos

Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos

Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer



[aos anciãos, mas admoesta-os como a pais;

aos moços como a irmãos;

As mulheres idosas, como a mães,

às moças, como a irmãs, em toda a pureza.
I Timoteo 5:1-2]
 
[Se algum crente ou alguma crente tem viúvas,
socorra-as.
I Timóteo 5.16]


No novo tempo, apesar dos perigos

Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na

luta



[Pois para isto é que trabalhamos e lutamos. I Timoteo 4:10]



Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver



Pra que nossa esperança seja mais que a vingança



[pois esperamos no Deus vivo,

que é o Salvador de todos os homens,

principalmente dos fiéis.
I Timoteo 4:10]



Seja sempre um caminho que se deixa de herança



[a piedade para tudo é proveitosa,

tendo a promessa da vida presente

e da que há de vir.
I Timoteo 4:8]





No novo tempo, apesar dos castigos

De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga

Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer



[Mas, se alguém não tem cuidado dos seus,

e principalmente dos da sua família,

negou a fé, e é pior do que o infiel.
- I Timoteo 5:8]



No novo tempo,
apesar dos perigos

De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver



[isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, 
Que quer que todos os homens se salvem, 
e venham ao conhecimento da verdade. 
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, 
Jesus Cristo homem. I Timoteo 2:3-5]


No novo tempo, apesar dos castigos

Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas

Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer



[Que façam bem, enriqueçam em boas obras, 
repartam de boa mente, e sejam comunicáveis;

Que entesourem para si mesmos um bom fundamento
para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.
I Timoteo 6:18-19]




No novo tempo, apesar dos perigos

A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça
 
[Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, 
e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. I Timóteo 1:5]