Saturday, March 08, 2014

Para a moral apenas



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Para a moral apenas


Do mal e do bem
o medo nos retém
Corta mais fundo que a espada
Deixa a alma paralisada

Do mal, e do bem também,
a moral nos detém
Acaricia os pudores aconchegados
Acordos sociais acorrentados

Dos dois cálices
já bebi 
Ainda bebo

Mas um deles me enoja

O medo é forte e nos persegue
É por vezes cruel e insolente

Mas a moral...

Sabe ser vil, traiçoeira
Nos apunhala pelas costas

Nos mata de frio, fome e sede
Onde há calor, comida e vinho

Para a moral,
a moral apenas.


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(Quadro de Paula Rego: Branca de Neve Engole a Maçã envenenada - 1995)


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