Saturday, March 23, 2013

A better man



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These lands are taken by frivolous men
who do not see further than their glasses of wine
Men full of veiled intentions 
who fight brothers for their share of the meal


They gave me water, just enough not to die 
They gave me bread, just enough not to starve
They gave me warmth, just enough not to freeze
in the lands of the just enough

  
Being born here, I should have known the rules
Having grown up here, I should have accepted my fate
Having being nowhere but here, I should have dreamt no more
but my heart dreamed of the lands beyond the woods


But then, there came the day
when your old eyes met me on the streets
 when your soft heart decided to rescue me
when your kindness met my weariness


You took me home, and gave me more than enough to drink
You cooked for me, and gave me more than enough to eat
You clothed me, and gave me a warm bed to sleep
in the bedroom of your long-missing prodigal son


You took care of me as no one had ever done before
For seven mornings, we talked about our histories, hearts and pains
For seven afternoons, you planned to build my own bedroom
For seven evenings, you dreamed of a life with your son, you and me 


 But on the eighth day, I dreamed of the lands beyond the woods anew
On the eighth day, I realized my heart had never planned to stay
On the eighth day, my heart felt in pieces to leave you alone again
On the eighth day, I hated myself for causing you another pain


Being with you, I should have wanted to stay
Having felt your paternal love, I should have wanted no other fate
Having had the days of my life, I should have dreamt of no different days
but my heart still dreamed of the lands beyond the woods


 As I leave, I have nothing to give you but my thankful words
I have nothing to leave but a sweet and sour taste in your heart
I have nothing more to ask but that you forgive me
With nothing I have arrived, with nothing but a warmed heart I go


And when I arrive in the lands beyond the woods
I will tell my new people the story of an old gentleman
whose heart and attitude will always inspire me
to be a better man.


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Saturday, March 16, 2013

Você se lembra da revolução





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VOCÊ SE LEMBRA DA REVOLUÇÃO?





Querido amigo
Você se lembra da nossa canção?
Você se lembra do brilho dos olhos?
Você se lembra da convicção de coração?
Você se lembra da revolução?


Querido amigo
Eu sei, já não contamos mais a canção
Eu sei, os olhos brilham em outra direção
Eu sei, há uma batida diferente no coração
Mas, você se lembra da revolução?


Querido amigo
Nos novos tempos, faríamos diferente
Nos novos amigos, novas influências
Nos novos sonhos, órbitas em mutação
Como você de lembra da revolução? 


Querido amigo
Ontem, eu vi bandeiras hasteadas no portão
Ontem, eu ouvi uma nova canção
Ontem, vi corpos caindo pelo chão
 E me lembrei de você e da revolução


 Meu velho amigo
Você não acredita mais na revolução
Eu sei, ela não cativa mais meu coração
Nos novos dias, cada qual com sua canção
Ontém porém, me lembrei da revolução


Nunca te vi mais bonito do que então.




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Figura: http://gartic.uol.com.br/imgs/mural/at/athos/1282516323.gif





Tuesday, March 12, 2013

Dulcinéia


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DULCINÉIA


Dulcinéia não pede desculpas, licença, nem diz obrigado
De andar seguro, malicioso e desapressado
é senhora dos seus pés, coxas, ventre, seios, e nãos
 
Filha de Vênus, abençoada por Diana
se deita com quem lhe apetece
só se levanta porém
com quem a vida se enaltece
 
Homens já lhe ofereceram fortunas
Mulheres por ela desertariam lares
 
Desapegada dos tratados sociais
Amante do prazer, do gozo e dos suspiros
 
Dulcinéia
Doce, amarga,
piedosa, voraz
 
Dulcinéia,
rogai por nós desamores!

(Desenho de Raquel Arouca)



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Sunday, March 10, 2013

Meu corpo queimando


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Eu sinto o meu corpo queimando
cada vez que a sua pele se aproxima da minha
Quem imaginaria nossos corpos assim se entrelaçando
a entrega proibida, o frio na espinha

Na madrugada o meu peito te procura
e seu estranho humor decide nossa sorte
outra vez suspiros e carícias na noite escura?
ou corpos afastados por mentes ariscas?

Você na minha vida não passa de um intruso
Não faz parte, não se encaixa
Me deixa cada dia mais confuso
  Meus valores em cheque, a culpa silenciada

Você desperta o que eu desconhecia
Mas cada manhã lhe tiro da minha vida
Na sua ausência, os delírios de mais uma carícia
E a noite traz a mais nova última recaída.    

E você ainda insiste nos meus beijos
para que tanto romantismo?
Me dê suas pernas, braços, e peitos
E acalme-se, eu gosto de você


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(Figura/fonte: http://wand.images.worldnow.com/images/20928565_SS.jpg)


Wednesday, March 06, 2013

Dos ratos

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Dos ratos nunca gostei
E com horror sempre os fitei
Assim me ensinaram a lição
do medo dos ratos do porão

Depois cresci, amadureci
coisas novas aprendi
Contudo sempre agradeci aos astros
pela minha vida livre de ratos

Mas um dia no jardim
um rato tropeçou em mim
Ele educado se desculpou 
e com um beijo saudoso me cativou

Hoje, sozinho na mesa
dos ratos admiro a beleza
Quando vejo dois ratos dançando
sinto algo por dentro queimando 

Do fogo a interrogação
com um certa inquietação

Quantos mais horrores doutrinados
também não escondem a beleza tamanha dos ratos?

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Saturday, March 02, 2013

Me Antônio


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Não sei se vem de aquário
ou do ano oitenta e quatro
Mas pessoas me interessam
me intrigam, me atraem
me instigam, me confundem 
me inspiram,  me iludem 
me Marias
me Antônio
me distraem, me despertam  
me interessam

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(Fonte:http://ffbjr.blogspot.be/2012/04/sombra-analise-do-conto-de-hc-andersen.html)








Friday, March 01, 2013

Carne-matéria


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CARNE-MATÉRIA

Os primeiros segundos de uma manhã fria
O ar gelado adentrando as narinas
O corpo se percebendo quente

A manhã fria
O corpo quente
E a carne-matéria dizendo bom dia! 

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(Fonte: http://entrealoucuraeaarte-janabrum.blogspot.be/2010_04_01_archive.html)