Wednesday, October 18, 2006

"Eu não sei na verdade quem eu sou"


Mesmo sem saber ao certo quem eu sou e mesmo já tendo tentado muitas vezes calcular o meu valor, tenho aprendido a caminhar mais tranquilo, respirar liberdade, não me desesperar por não ter todas as respostas, desfrutar do aconchego daqueles que me são queridos e descobrir o paraíso de onde eu estou.

Como diria Xavier, personagem principal do filme Albergue Espanhol, "Não sou um, mas muitos. . . Sou uma confusão ". Sou um pouquinho de cada pessoa que passou pela minha vida, sou um pouquinho de cada pessoa que graciosamente faz parte da minha vida. Mas sem tantas confusões e devaneios, sou apenas o menino de olhos brilhantes, mãos nos bolsos e gravata borboleta da foto abaixo. Emprestando mais uma vez a frase do personagem Xavier.. só "a ele que não quero decepcionar".

E seguirei, tavez ainda sem saber na verdade quem eu sou, mas vivendo abundantemente segundo aquele que disse:

"Vim para que tenham vida e a tenham em abundância". (Jesus, meu parceiro e camarada)




"Eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso
e o meu paraíso é onde estou
Por que a gente é desse jeito?
criando conceito pra tudo que restou
Meninas... são bruxas e fadas
Palhaço é um homem todo pintado de piadas
Céu azul é o telhado do mundo inteiro
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro
Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso...
e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei... na verdade quem eu sou
Descobrir... da onde veio a vidapor onde entrei...
deve haver uma saída
e tudo fica sustentado... pela fé
Na verdade ninguém... sabe o que é
Velhinhos são crianças nascidas faz tempo
com água e farinha colo figurinha e foto em documento
Escola! É onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração
Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro sorriso...
e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei... na verdade quem eu sou
Descobrir que a cada segundo
tem um olho chorando de alegria e outro chorando de luto
tem louco pulando o muro, tem gente pegando doença
tem gente rezando no escuro, Tem gente sentido ausência
Meninas... são bruxas e fadas
Palhaço é um homem todo pintado de piadas
Céu azul é o telhado do mundo inteiro
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro".
(Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli)

Monday, October 09, 2006

Novos e velhos, velhos novos, novos velhos.


Esses tem sido novos dias e penso realmente que um novo tempo começou para mim. Novos tempos trazem coisas novas, fôlego novo e também novos pesares. Novas alegrias, novos questionamentos, nova forma de encarar o mundo e nova forma de pisar o chão.
É, o novo é realmente mágico, mas também incerto. Com eles, velhos valores são colocados a prova, velhos valores são colados pra fora, velhos valores continuam a fazer parte desta hora.
Repensar o caminho antes trilhado com toda a certeza não é fácil, assusta, dá medo.
Os velhos sapatos parecem apertados, as golas das camisetas estão esticadas, os cálculos não são mais exatos e a certeza resolveu utilizar o benefício da dúvida.
Velhas perguntas, novas respostas. Novas perguntas, velhas respostas. Algumas perguntas, velhas ou novas, ainda sem nenhuma resposta.
O velho e o novo que insistem em caminhar de mãos dadas dentro da gente. Cada um com seu jeito de ser presente. Presente no passado, presente no presente. Certos velhos, mais que presentes. Mas, que presentes! Presentes dos presentes. Afinal “mudaram as estações, (...) mas nada vai conseguir mudar o que ficou [1]”.

Seguem algumas outras expressões , velhas ou novas, do tempo:
(trechos de duas músicas)

... de ontem em diante
(Fernando Anitelli)

De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada ]
[ são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro?
o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
(...)
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem



Anacrônico
(Pitty e Graco)

É claro que somos as mesmas pessoas
Mas pare e perceba como seu dia-a-dia
mudouMudaram os horários, hábitos, lugares
Inclusive as pessoas ao redor
São outros rostos, outras vozes
Interagindo e modificando você
E aí surgem novos valores,
Vindos de outras vontades,
Alguns caindo por terra,
Pra outros poderem crescer
Caem 1, 2, 3, caem 4,
A terra girando não se pode parar.,
Outras situações em outras circunstâncias,
Entre uma e outra as vezes surgem mesmos defeitos,
Todas aquelas marcas do jeito de cada um,
Alguns ainda caem por terra,
Pra outros poderem crescer.


É isso aí galera.
Du

[1] Renato Russo. Música Por enquanto

Tuesday, October 03, 2006


Moinhos de Vento

Seguem techos do encontro de D. Quixote com os moinhos de ventos:

- A aventura nos vai guiando melhor as coisas do que pudéramos desejar; ali estão, amigo Sancho Pança, trinta desaforados gigantes, ou pouco mais, a quem penso combater e tirar-lhes, a todos, as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; será boa guerra, pois é grande serviço prestado a Deus o de extirpar tão má semente da face da terra.

- Que gigantes? - inquiriu Sancho Pança.

- Aqueles que vês ali, com grandes braços - respondeu-lhe o amo; - alguns há que os têm de quase duas léguas.

Com certeza não eram gigantes que o Cavaleiro da Triste Figura mostrava ao seu fiel escudeiro Sancho Pança, eram moinhos de ventos!

Fonte: http://www.socultura.com/socultura-literatura3.htm


"Tudo bem...até pode ser que os dragões sejam moinhos de vento"
(Engenheiros do Hawaii - D. Quixote)


Ultimamente tenho pensado muito a respeito dos dragões que me cercam e me perseguem, que me deixam vulneráveis e com medo, que surgem nos meus diálogos. É, realmente pode ser que os dragões só sejam e simplesmente sejam moinhos de ventos. Talvez realmente as coisas sejam mais simples, que nós sejamos mais simples e que viver seja simplesmente simples. É claro que a simplicidade absoluta também é um ilusão, tanto quanto os dragões, mas que não façamos de nossas complicações o motor de nossa vida.
É certo que a vida não é simples e viver é perigoso, mas que não nos percamos nas profundezas de nosso egocentrismo e busca desenfreiada pela perfeição e ausência de conflitos e crises; que não nos percamos nas lutas com os supostos dragões de nossa existência. Que saibamos valorizar a simplicidade, pois no final das contas são as pequenas coisas as mais importantes.

Cada dia, um passo de cada vez
pequenos gestos, significados profundos
um sorriso inocente de uma criança
o calor de entes queridos
gracejos e cafunés do Papai
e o boa noite e o fica com Deus de um amigo querido
a graça de ser aceito com toda a minha humanidade
a sabedoria de gente humilde
os olhos brilhantes dos sonhadores
a liberdade de simplesmente ser
viver, desfrutar, amar, ouvir
falar mais baixo e escutar
cuidar, partilhar, carregar, deixar ser carregado
abraçar, cativar, viver perto de alguém


Du