A sutileza do preconceito
Tem coisa mais risível que "dia do orgulho hétero", "ou dia da consciência branca" ou "dia do homem"? O orgulho gay, a consciência negra, e o dia da mulher estão aí como símbolos da necessidade de progresso, e como marcos do avanço tão arduamente alcançado. E os setores reacionários que tentam fazer os contrapontos o fazem por ignorância e sem ter o mínimo sentimento do que é preconceito.
Numa sociedade racista, homofóbica e machista, o preconceito é vivenciado de diferentes formas, inclusive nas sutilezas. E a sutileza do preconceito é tão desprezível quanto a violência do preconceito. Ela é como um veneno, a arma dos covardes. Ela ataca traiçoeiramente, e vem sempre de muito perto.
Do que cabe a mim, lutarei para que eu, meus filhos e meus amigos não sejamos coniventes com isso. No que cabe a mim, lutarei contra a homofobia, o racismo, e o machismo.
No que cabe a mim, não acharei as sutilezas normais. Não porque elas me incomodem tanto do ponto de vista pessoal. Os meus caminhos me ensinaram coisas melhores do que isso. Mas não acharei as sutilezas normais porque não quero ser conivente com um sistema que diminui, exclui, envenena e mata.