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Dois do dois
de vinte e dois
Vinte e dois
Já não tenho
Faz tempo
Da-lhe anos
Oito da manhã
Sol me chamou
Tapinha nas costas
Não chorei
Solucei
e muito suspirei
Medo do mundo?
Talvez
Aquário em peixes
O mundo senti
O pressenti
Não chorei
Solucei
E o mundo suspirei
Mãos grandes
pra sorte agarrar
Pés grandes
pro contante andar
É medo e coragem
Sentimento
mais consciência
Água, ar
Festas
florestas
Lugares
Olhares
Pão de queijo
com muito beijo
Tem tanto
tem tanta
Só não me negue
uma dança
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Bonito mesmo é o dançarino,
que não sabe do seu encanto
expande sua energia dançando
e com um sorriso de canto a canto
Aos admiradores paresse alheio
Uns diriam desinteressado
Ele está somente envolvido
com dança, o palco, e o seu gingado
Meu olhar segue alucinado
envolvido por esse jeito sensual
a pele morena, as flores no cabelo
Confesso, nunca vi nada igual
Bonito mesmo é o dançarino,
que já se prepara para partir
Com um sorriso e a sorte no bolso
e o mundo inteiro para descobrir
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Tem tanta coisa para perguntar
No final nem vou saber
Da onde é seu sotaque?
Que vai fazer em Boituva?
Você cuida da sua saúde?
Me fala de arquitetura?
E a viagem para Argentina?
Tem tanta coisa para saber
No final nem vou perguntar
Nem tanta coisa para saber
No final vou sem perguntar
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Hoje eu passei por Hades
as pessoas eram desesperança
havia grito de criança
e de pessoas aos pares
Lá o sub vira mundo
as mãos são impotentes
as perguntas deprimentes
e todos se sentem ao fundo
Sobrava desinformação
torcidas no ventre
um pano para cobrir a mente
querênça por confusão
Quando peguei minha partida
o sol brilhava forte
o sub sofreu um corte
a entrada era a saída
Meu corpo sentiu fome
Meus pés passaram o rio
Me senti menos arredio
Espero que isso some
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A Dona Corona veio para tombar
nem a Dona João ela quis perdoar
da-lhe uma Influenza e mais a corona
Coquetel de gripona com fluorona
Nem negacionista dá mais para ser
beijar todo mundo até o amanhecer
deixar a máscara cair no chão
e colocar correndo para entrar no busão
No reveillon do bar do Deca
Todo mundo pagou a hipoteca
Esqueceu a carteira de vacinação
e ganhou muita pegação
No final a gente só queria fritar
Deixar a caixa de som estralar
DJ aumenta aí logo esse som
e vai, dança Dona Robson
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O limbo é um lugar
Mas também um estado
Porém não isolado
nao se faça de enganado
O limbo é a certeza
Há algo para além dali
Ruidos aqui e ali
O redemoinho do saci
O limbo é inércia
Aqui o mundo paira
Só o relógio trabalha
E o sol se disfarça
O limbo é paralelo
Não fosse a janela
quase uma passarela
cadê minha panela?
Em todo caso
Obrigado por respeitarem as regras
Só lamento por não terem lido o anúncio
No limbo não tem cozinha coletiva
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